Cistite da lua de mel e outros bons motivos para não querer sexo

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Foto: Prodakszyn/Shutterstock
Vida sexual intensa dos recém-casados pode levar à cistite e tirar a vontade da moça (Foto: Prodakszyn/Shutterstock)

Por Giovanna Maradei

Você é megafeliz no casamento. Não faltam amor, companheirismo e tudo de bom! À noite, depois do trabalho, tudo o que você quer é ficar deitada no colo dele na frente da TV. Sexo? Não, pelo amor de Deus! Se essa situação lhe parece familiar e altamente aterrorizante, mantenha a calma. A falta de vontade sexual pode ser um problema de saúde sem qualquer relação com a afeto do casal. Esse imbróglio precisa ser resolvido, claro, mas a tarefa é mais simples do que solucionar uma crise no relacionamento.

Veja abaixo razões físicas que explicam a sua negativa às propostas mais calientes do parceiro.

Cistite da lua de mel

Depois de juntar as escovas de dente, é mais do que esperado o aumento na performance sexual. Mas tanta ação pode não resultar em igual prazer. Em algumas mulheres, a mudança na frequência das relações sexuais facilita o desenvolvimento de repetidas infecções urinárias, as quais causam desconfortos. Isso pode levar a mulher a associar a prática do sexo com o incômodo da doença. Nesses casos, não há muito jeito. Enquanto a infecção não for controlada, o maridão pode chegar todo lindo e você não se animar.

Pós-parto

Quem está grávida que se prepare. Depois do parto, 100% das mulheres, portanto todas, sentem uma significativa redução da vontade sexual. Isso porque o corpo, que infelizmente não sabe da existência dos métodos anticoncepcionais, produz doses extras de prolactina para evitar nova gravidez durante a amamentação. A prolactina é um hormônio que inibe o estrogênio, responsável pela libido, resultando em menos desejo de sexo. A boa notícia: ter consciência desse mecanismo ajuda a contornar o inconveniente. Depois do segundo parto, por exemplo, muitas mulheres relatam menor sofrimento consequente da falta de desejo.

Início da menopausa

Por volta dos 45 anos, a mulher sente os primeiros sintomas da menopausa. Nessa fase, cai o nível do estrogênio, hormônio responsável pela libido, e a vagina resseca, aumentando as chances de infecção. Com tantas transformações, é natural ter menos vontade de sexo – esteja a mulher num casamento novo ou comemorando as bodas de prata. 

Pílula anticoncepcional

Para evitar a gravidez, cada comprimido fornece, diariamente, uma dose fixa de hormônio que bloqueia a ovulação. Nem toda estabilidade, porém, é positiva para o corpo. Algumas mulheres precisam da oscilação hormonal para estimular a libido. Assim, elas ficam com menos vontade de ter relações sexuais com o uso do anticoncepcional. Além disso, o progestogênio e o estrogênio, presentes na fórmula de pílulas, são sintéticos e não fornecem ao organismo os mesmos estímulos dos hormônios produzidos naturalmente.

Colesterol alto, hipotireoidismo e outras disfunções metabólicas

Doenças como estas acima interferem no equilíbrio que existe entre a dopamina (neurotransmissor) e a prolactina (hormônio) no organismo. E o que isso quer dizer? Simples: a primeira substância é responsável pela sensação de prazer, e a segunda está ligada a ovulação. Quando as duas estão presentes na quantidade inadequada, o corpo não identifica as vantagens de uma relação sexual e dificulta o surgimento do desejo.

Endometriose e outras doenças ginecológicas

Qualquer desconforto ginecológico pode causar dor durante a relação sexual e, consequentemente, diminuir o desejo da mulher. O problema é que essas doenças costumam aparecer após os 30 anos de idade, quando muitas mulheres já estão casadas. A coincidência gera confusão sobre os motivos da súbita falta de vontade, como pensar em crise no casamento, quando isso não está acontecendo. 

Flacidez do assoalho pélvico

Ao contrário do que muitos acreditam, o parto normal não deixa os músculos da vagina mais flácidos. Por outro lado, a idade avançada e fatores genéticos tiram sua força. Nessas condições, a qualidade do sexo acaba sendo prejudicada. O remédio é simples: exercício. O mais recomendado é a fisioterapia do assoalho pélvico, tratamento voltado exclusivamente para o fortalecimento dessa região. Além de influenciar o desempenho sexual, o assoalho pélvico é responsável pela sustentação de órgãos como a bexiga e o útero.

Medicamentos

Antidepressivos, drogas para ansiedade, para emagrecer, dormir ou qualquer outra medicação que interfira no sistema nervoso central pode diminuir o seu desejo sexual. Isso acontece porque tais medicamentos desequilibram a produção de dopamina, serotonina e endorfina, neurotransmissores que desencadeiam sensações de prazer e bem-estar. Se falta harmonia entre eles, a sua vontade de sexo cai. Afinal quem quer saber dele quando está mal-humorada e sem disposição?

Fonte: Flávia Fairbanks, ginecologista especialista em sexualidade humana.