Em nome da saúde mental das famílias e, por tabela, da sociedade como um todo, proponho uma campanha pela separação com integridade! Não importa se você está chorando de tristeza, arrancando os cabelos de desespero, se mordendo de ódio, se acabando de paixão por outra pessoa, sentindo-se o cocô do cavalo do bandido, a vítima ou o algoz na história, a melhor saída, na hora de colocar fim à relação, é jamais perder o respeito pelo outro, por você mesmo e pela sua história.
Desconstituir um casamento é muito diferente de destruir. As pessoas constituem casamentos, desconstituem e, se quiserem, reconstituem novas uniões. O caminho da destruição é o tiro no pé, que leva tudo e todos para o ralo.
O que pode ser considerado uma separação com responsabilidade, integridade, amorosidade e respeito? Seguem alguns exemplos.
1. O casal descarta o tipo de advogado que trabalha em nome da devastação, que faz a linha “vamos acabar com ela” ou “vamos arrancar tudo dele”. O casal esperto escolhe o profissional que trabalha com mediação – e muitas vezes faz milagres, conseguindo acordos capazes de deixar ambos igualmente satisfeitos. Muitos desses profissionais que advogam em nome da paz dispõem inclusive de equipe multidisciplinar (terapeuta familiar, educador…) para dar suporte aos casais.
2. Marido e mulher têm consciência de que a prioridade são os rebentos! Assim, durante o processo de divórcio, colocam as necessidades dos filhos em primeiro lugar.
3. Nenhum dos dois envolve os filhos no processo, em geral conflituoso, manipulando-os para que defendam um dos lados. Os filhos já estão vivenciando o seu próprio estresse nesse momento de quebra da estrutura familiar. Devem ser poupados do estresse do casal, o qual eles eles até poderão vivenciar, mas quando adultos. Aliás, esse é um ponto fundamental: que exemplo de conduta os pais estão dando para os seus filhos? Muito provavelmente é a orientação que eles levarão para as suas vidas quando adultos. E, assim, a educação (ou a falta dela) para a separação vai sendo transmitida às gerações seguintes.
4. Um cônjuge não despreza ou desrespeita a família do outro (cunhados, sobrinhos, avós…), que em geral também sofre com o divórcio do casal. Ao contrário, ambos contam para os seus familiares próximos (pai, mãe ou irmão, por exemplo) o que está se passando de forma que a separação não afete as relações familiares.
5. O casal não promove intriga junto aos amigos para que fiquem de um lado ou de outro. Afinal, amigo que é amigo também sente pela mudança na família de que gosta, seus sentimentos portanto devem ser considerados de forma respeitosa.
6. Ninguém saiexibindo o novo parceiro para o ex-cônjuge antes da separação legal ou mesmo imediatamente após. Existe um processo de luto, de perda, quando uma relação é rompida. Numa separação com dignidade, os envolvidos são cautelosos e cuidadosos em relação a isso.
Que outras condutas você defende em nome do divórcio civilizado, moderno e íntegro? Mande a sua sugestão!