Por Giovanna Maradei
Separar-se não é fácil, mas ser filho de pais separados não fica muito atrás. OK, você ganha presentes em dobro, mas também passa por cada dor de cabeça! Torna-se o ponto de encontro de um casal que, para dizer o mínimo, não está muito a fim de se ver – isso quando ainda se falam. E mais: tem de dividir roupa, tempo, atenção, as contas, entre outros problemas que jovens criados em famílias do tipo comercial de margarina nem imaginam.
A posição é difícil e trabalhosa, mas pode gerar um conhecimento precioso.
Quase sempre, apesar dos pesares, eles se tornam pós-graduados em mediação de conflitos. Também descobrem cedo o que querem e o que não querem de um parceiro; aprendem na marra que o amor, por mais forte que seja, pode acabar; que o padrão tradicional de família é apenas um entre outros e, com os pés bem fixos no chão, dão aula de como lidar com relacionamentos amorosos. Sem crise!
Confira o que esses filhos de pais separados podem ensinar sobre amor, convivência, casamento e separação!
“Se terminasse meu namoro, não veria isso como o fim do mundo. Acredito que sempre terá alguém melhor para você depois.”
Daniela Leonetti, 24 anos, estudante
“Sou meio o clichê de filhos de pais separados, do tipo que tem medo de relacionamentos. Mas se tem uma coisa que aprendi é que ser independente é fundamental para mulher. Minha vida seria muito diferente se minha mãe não fosse financeiramente independente.”
Juliana Benetti, 22 anos, estudante
“Depois de viver a separação dos meus pais, aprendi que os filhos devem estar acima de tudo. Tanto que após o meu divórcio a guarda do meu filho ficou comigo.”
Gezio Santos, 36 anos, técnico em T.I
“Nós, filhos de pais separados, temos visão menos lúdica dos relacionamentos. Somos mais calejado pela vida, sabe? Não que isso seja um problema, mas a gente pensa diferente. Eu, por exemplo, não acho que relacionamento ou casamento é eterno.”
Cristiane Senna, 30 anos, jornalista
“Como desde pequena vivi com meus pais brigando, sei o que não quero em um relacionamento. Não me acomodaria em uma relação que não tivesse mais sentido. Também tenho mais noção de que relacionamentos não são necessariamente um mar de rosas.”
Fernanda Stenzel, 21 anos, jornalista
“A separação dos meus pais mudou tudo. Passei anos com muito medo de me envolver e isso só mudou com a maturidade e muita terapia. Não acredito que exista uma regra, depende muito da forma como se deu a separação.”
Marta Capuano, 50 anos, administradora
“Ter os pais separados torna os contos de fada apenas contos de fadas. Desde cedo você entende que um relacionamento é cheio de altos e baixos, tem brigas e pode terminar sem um final feliz, mas isso não é o fim do mundo.”
Elisa Espósito, 23 anos, webdesigner
“É muito mais difícil para mim entrar num relacionamento depois do que vi no relacionamento dos meus pais. Mas, conforme fui crescendo, tentei abstrair e pensar que comigo pode ser diferente, porque se eu ficar pensando muito nisso, não consigo viver direito.”
Marina Costa Vasconcellos, 18 anos, estudante
“Tive duas mães bem presentes na minha vida. Consigo ver que, se um relacionamento não está funcionando, provavelmente, a separação é melhor tanto para o casal quanto para os filhos.”
Giovanni Naufal, 26 anos, publicitário
“Aprendi que a frase ‘não estamos brigando, estamos apenas discutindo’ é sinal de que as coisas estão bem ruins. Até hoje, quando vejo algumas falhas no meu relacionamento que me remetem ao casamento dos meus pais me dá um certo desespero, mas acho que acabamos aprendendo com os erros deles”
Victoria Matsumoto, 20 anos, estudante
“Descobri que é importante independência financeira. Sabe, é como ‘amigos, amigos, negócios a parte’, tem que ser ‘amor, amor e rendas separadas’”
Luís Furquim, 26 anos, engenheiro
“Quando seus pais são separados, você acaba aprendendo por conta própria que sua relação não vai ser igual a deles. Que isso varia de pessoa para pessoa. Hoje namoro e não fico pensando em como seria se a gente se separasse. Por enquanto, está da hora, então é o que é.”
Victoria Gruber, 17 anos, estudante
“Vejo a separação como boa parte das pessoas vê, como algo que pode ocorrer a qualquer momento, mas tento ser maleável no relacionamento para evitar que qualquer briga acabe com o namoro. Também não tenho aquela visão de ‘família padrão’. Sempre me imaginei pai solteiro que ia ‘dar um jeito’ de adotar uma criança.”
Vinicius Guilherme, 21 anos, estudante
“Eu nunca passei por separações traumáticas. Mas não tenho medo nenhum disso. O fato de os meus terem se separado não causou nenhum trauma em mim”
Daniel Manreza, 27 anos, arquiteto