Difícil passar batido pelo tema mulher/casamento/filhos explorado em dois filmes imperdíveis em cartaz em São Paulo agora. Se não assistiu: corra!
Um deles é a produção “Mil Vezes Boa Noite”. A protagonista, vivida pela francesa Juliette Binoche, é uma das melhores fotógrafas de guerra do mundo. Sua perigosa rotina é feita de viagens rumo a zonas de conflito pesado. Só que ela é mãe – tem duas lindas meninas, além de um maridão.
Como dá para conciliar? Pois é, essa é a questão central. Não dá. É preciso escolher entre a profissão, que ela já sabia ser era a grande paixão da sua vida muito antes de se casar e ser mãe, e a sua desolada família. O marido (Nikolaj Coster-Waldau, de “Game of Thrones”) num dado momento, quando não atura mais a situação de ter de segurar a onda da família sozinho, acaba dando um duro ultimato e as crianças crescem sofrendo com a ausência da mãe e a sensação constante da sua iminente morte durante o expediente de trabalho.
O segundo filme é o que está na boca do povo: “Boyhood – Da Infância à Juventude”. Não é apenas – o que também já bastaria – um filme que acompanha a vida de um menino durante 12 anos. É excelente sob muitos outros aspectos – casamento e maternidade, por exemplo.
A mãe (a americana Patricia Arquette, vencedora do Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante) engravida muito jovem e logo de dois filhos. Separa-se do “irresponsável” e também adorável marido (Ethan Hawke).
Essa mãe, ao contrário da fotógrafa, se desdobra, se “mata” para estudar e dar conta da criação do casal de filhos. Megaresponsável e muito exigente consigo e as crianças, é também uma afetiva e protetora mãe. Já no quesito matrimônio, faz péssimas escolhas.
Em meio à vida atribulada de mãe solteira e professora universitária, ela vai dando conta de casar e descasar dos maridos problemáticos, mantendo os filhos sempre como prioridade na vida.
Duas mulheres guerreiras: uma na profissão (a fotógrafa, duplamente guerreira, aliás) e outra no âmbito da maternidade (a professora universitária). Uma não consegue viver sem se dedicar aos filhos; a outra não consegue viver dedicada aos filhos. Dá para julgar? Vai lá ver e depois me conta. Bom fim de semana!
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