“Olá!
Vou morar junto com o meu namorado e gostaria de saber como proceder. Nós dois ganhamos praticamente a mesma coisa (meu fixo é mais alto, mas o dele com bônus fica igual); eu já tenho meu apartamento pago e deixo alugado, ele ainda está pagando o apartamento dele. Agora, indo morar juntos, gostaria de juntar as rendas, não os imóveis (meu apartamento é meu, e o dele é dele). Como fazer isso, considerando que ele paga um valor de prestação do apartamento?
Eu tenho mais dinheiro guardado na poupança, mas com o tempo vamos acabar gastando juntos, trocando de carro, viajando, pagando outros apartamentos… Tenho a sensação de que logo mais ele vai estar ganhando muito mais que eu e que vamos equilibrar essa situação. O que eu faço? Não quero um relacionamento morando junto e impessoal, algo do tipo tudo dividido, isso é seu, isso é meu… Me ajudem!!
Ah! E cada um tem o seu carro. O meu vale R$ 10 mil a mais que o dele. Queremos trocar, mas não precisamos de dois zero, um nem usamos quase. Pensei em vender o dele e comprar um similar, mais barato e usado, apenas mais novo, e o meu, vendemos e colocamos mais R$ 10 mil cada um para comprarmos um novo. Como proceder nesse caso? Colocamos qual carro em nome de quem? Confusão esses relacionamentos modernos de morar juntos antes de casar rsrsrs.”
Karina Moraes Juvenal
De Caso com as Finanças responde:
Olá, Karina,
Qual dos imóveis será a residência do casal, o que ele ainda está pagando? Se assim for, como a dívida reverte em benefício de ambos, faz sentido a prestação entrar para o orçamento do casal – ou parte dela, dependendo do acordo entre vocês. Como você mesmo disse, o imóvel continua sendo de cada um individualmente, porque foram adquiridos antes da união estável.
Acho importante que vocês calculem as despesas do casal, façam o orçamento para descobrir quanto vai custar “morar juntos”: aluguel, condomínio, luz, telefone, água, faxina, alimentação, lazer, enfim, os itens que ambos concordam são/serão despesas conjuntas. Em função disso, definam um percentual (tipo 50% ou 60%) do salário de cada um para bancar essas despesas. Definam também um percentual (como 20%) para despesas pessoais, cada um gasta (ou guarda) como quiser, sem dar satisfação ao outro – ajuda a preservar a individualidade. Seria legal definir ainda um percentual da renda de cada um para financiar projetos futuros do casal.
Se vocês estiverem de acordo, se as sugestões fizerem sentido para vocês, haverá comprometimento de ambos e pouquíssima chance de problemas. Conversem, montem uma primeira proposta e façam os ajustes necessários.
Quanto ao carro, recomendo que mantenham apenas um. O custo de manter um carro (despesas mensais e anuais como IPVA, seguro, licenciamento, manutenção etc.) é muito alto. Vale a pena investir em coisas de maior importância e significado na vida de vocês.
Boa sorte!
“De caso com as finanças” é uma seção que tira dúvidas dos leitores sobre finanças no casamento, no descasamento e no recasamento. As respostas são formuladas pela consultora e colunista da Folha Marcia Dessen. Leia aqui como participar