Casar, descasar, recasarNotícia – Casar, descasar, recasar http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br Wed, 20 Apr 2016 18:43:12 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Casar, descasar, recasar discute guarda compartilhada na TV Folha http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2016/01/28/casar-descasar-recasar-discute-guarda-compartilhada-na-tv-folha/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2016/01/28/casar-descasar-recasar-discute-guarda-compartilhada-na-tv-folha/#respond Thu, 28 Jan 2016 12:45:08 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=2643 A luta para ter a guarda compartilhada da filha virou o projeto de vida de um obstinado pai, o carioca Paulo Halegua. Gerente de banco, ele foi cursar direito e virou advogado especializado em direito de família para usufruir do direito de conviver com a filha. Ganhou a parada e acaba de fazer a primeira viagem de férias com ela sob guarda compartilhada.

Paulo vai contar a sua saga na TV Folha – os obstáculos que encontrou, o que aprendeu nesse percurso e dicas para ajudar mães e pais que vivem o pesadelo da separação litigiosa envolvendo a guarda de filhos.

A advogada Shirlei Saracene Klouri, especialista na área de família, é a nossa outra convidada.

Você tem dúvidas sobre guarda compartilhada? Aproveite a oportunidade. Mande a sua pergunta para o e-mail do blog; se preferir, poste no Facebook ou no Twitter usando a #tvfolha. Envie a sua questão agora ou durante o programa. Hoje, quinta-feira, a partir das 16 hs.

 

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O filme “As Sufragistas” e o anúncio do Boticário http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2016/01/13/o-filme-as-sufragistas-e-o-anuncio-do-boticario/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2016/01/13/o-filme-as-sufragistas-e-o-anuncio-do-boticario/#respond Wed, 13 Jan 2016 18:21:55 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=2555 O título acima parece um disparate: o excelente filme sobre o fundamental movimento feminista do começo do século 20 na Inglaterra fazendo par com uma propaganda de cosméticos.

O primeiro é imperdível; o segundo, lamentável (no que tange a conceito, e não a batom, que eu sempre carrego na bolsa), e ambos tratam da relação entre homens e mulheres.

O sufragismo faz parte da chamada primeira onda do feminismo, cujos adeptos (sufragistas) lutavam pelo direito das mulheres de votarem numa época em que ser do sexo feminino era dureza. O tratamento ia além da desigualdade. Era violento, desumano, injusto, do tipo escravagista (elas trabalhavam mais do que eles, ganhavam menos e entregavam o salário no final do mês para o marido); os casamentos eram abusivos; as mães tinham zero de direito sobre os filhos…

Um pulão para este século e chegamos à quarta onda feminista, segundo definem alguns especialistas. Marcadamente jovem e nascido ou vitaminado no ambiente digital, o movimento é multifacetado – defende a não discriminação de homossexuais, transexuais, negros, entre outros. Defesa de direitos humanos parece ser a liga entre as diferentes causas.

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Protesto de mulheres em outubro de 2015 contra o presidente da Câmara Eduardo Cunha e o Projeto de Lei 5069/13, que dificulta o aborto legal (Foto Keiny Andrade/Folhapress)

Daí vem o Boticário e lança, no mês passado, uma campanha de produtos de beleza focada no divórcio. Agradeço aos respectivos criativos por trazerem o assunto à tona de forma, digamos, polêmica – nas redes sociais, o anúncio é elogiado por algumas mulheres e acusado de machista por outras. Prefiro chamá-lo de tolinho e infantil, o que subentende irresponsável. Aliás, o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) abriu processo para analisar a campanha após denúncias de uma mulher e dois homens dos Estados de SP, Rio e Santa Catarina, que acusam a publicidade de reforçar estereótipos machistas.

A lei do divórcio foi uma conquista feminina. Para quem não sabe, nos anos 60 e início dos 70, auge da ditadura militar no Brasil, uma das maiores desgraças era ser mulher desquitada. Profundamente estigmatizada, ela ficava a alguns passos da Geni, personagem do clássico de Chico Buarque, da mesma época.

Outro dia, uma amiga de primário lembrou uma cena bizarra no colégio de freiras onde estudávamos, no final dos anos 60. A diretora entrou na sala para dar um aviso e uma orientação: duas novas alunas estavam chegando na escola e nós não devíamos conversar muito com elas porque eram filhas de pais separados.

Coincidentemente, tinham o mesmo nome e perfis distintos. Uma era ruiva, alta, magra e introspectiva; a outra, de olhos verdes e do tipo exuberante, fazia o gênero rebelde. Ambas passavam uma certa leveza que agradava. Mas deviam ser evitadas porque as mães naturalmente não “prestavam”, já que não mantiveram o casamento, e representavam uma ameaça social.

Esse tipo de machismo sobrevive de maneira não explícita, sutil. Uma mulher divorciada hoje ao ser apresentada, muitas vezes, é vista como disponível, além de causar receio nas outras mulheres de que ela “roube” algum marido.

Preconceitos, estereótipos e atitudes machistas por parte de homens e mulheres permeiam a vida a dois nas diferentes áreas da vida – jurídica, financeira, saúde, social, e por aí vai –­ e também fazem o processo de rompimento pior do que naturalmente é. Por exemplo? A eterna culpa da mulher por não dar conta como gostaria de casa, trabalho, filhos e marido. Até quando ela pode delegar o serviço doméstico, pagando para outras mulheres, a culpa persiste. Por trás disso, existe uma construção machista baseada na máxima de que o âmbito privado é de responsabilidade da mulher, apesar de a casa e os filhos serem do casal.

A mulher ainda se deixa aterrorizar pela cultura da culpa quando abre mão da vida conjugal, pedindo o divórcio. A lógica vigente é mais ou menos essa: “Se você rejeitou o que a sociedade diz que é o melhor (casar), então o problema só pode ser com você”, afirma Viviana Santiago, pedagoga e especialista em gênero da ONG Plan International Brasil, lembrando que livros infantis, novelas e outros produtos culturais ensinam que o destino da mulher é ter um príncipe que virá salvá-la do mal. Como, portanto, não aceitar isso?

Há ainda quem aguenta um casamento ruim por medo de perder o círculo de amizades proporcionado pelo marido, que por sinal não sofre desse medo, da dependência do meio. “O problema é que, para muitas mulheres, a identidade se faz a partir do casamento”, afirma Adélia Moreira Pessoa (SE), advogada e presidente da Comissão de Gênero e Violência Doméstica do IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família).

A advogada alerta para uma realidade triste e cruel: a resistência de muitas mães ao modelo da guarda compartilhada. Uma alegação frequente é a de que o pai não sabe cuidar da criança. Esse é outro pensamento machista construído durante a infância, em casa, quando os pais educam a menina para a ser a cuidadora e o menino, o mantenedor. Incrível essa mentalidade de uma época em que nem existia divórcio se manter hoje, quando os movimentos de casar, descasar e recasar são tão frenéticos, e a guarda compartilhada representa um grande avanço para as famílias ­– filhos e pais.

“Temos que mudar a nossa cabeça. A mulher precisa apoderar-se e ser dona de sua história”, afirma Andréa. Mas, convenhamos, não é pelo make. O recurso da beauté é ótimo, superválido, mas, desculpe o trocadilho, é perfumaria.

Pó compacto no rosto não basta. Iluminador dura pouco. O remédio para ajudar a enfrentar um dos momentos mais difíceis da vida é de outra tessitura; o boticário (antigo nome para farmacêutico) não tem para vender.

Se o objetivo da campanha, como informa a empresa, é melhorar a autoestima da consumidora, melhor seria deslocá-la desse papel deplorável de objeto descartável. Por que elas não responderam à mesma pergunta feita aos maridos para que pudessem falar também sobre eles? E por que não melhorar a autoestima dos ex? Homens também sofrem com divórcio.

 

 

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Casais ganham serviço de prevenção contra crise conjugal http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/12/15/crise-conjugal-ganha-servico-de-prevencao/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/12/15/crise-conjugal-ganha-servico-de-prevencao/#respond Tue, 15 Dec 2015 17:14:29 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=2476 Categoria-Foto_SubCategoria-Making-Of-Renata-Xavier
Além de cruzar os dedos para tudo dar certo no casamento, os noivos dispõem de um curso de prevenção contra crises (Foto: Renata Xavier)

Em dez anos (2004-2014), o número de divórcios no Brasil cresceu 161%, segundo a pesquisa Estatísticas do Registro Civil, que acaba de ser divulgada pelo IBGE. A notícia é boa porque indica, entre outros, que menos gente está mantendo um casamento por obrigação. Por outro, é uma tristeza: estão sobrando corações partidos.

Preocupadas com os candidatos a noivos e recém-casados, um trio de jovens psicólogas cariocas, Joana Cardoso, Daniela Miranda e Helena Cardoso, lançaram um serviço para prevenir crise conjugal. Batizado de Véspera, seu objetivo é antecipar as discussões mais comuns entre jovens casais, ajudando a evitar conflitos futuros.

Com base na experiência com atendimento de família nos seus respectivos consultórios, as psicólogas desenvolveram um serviço composto de cinco encontros. Três deles são pautados pelos temas que elas identificaram como os principais gatilhos para conflitos. Seguem abaixo.

  1. Diferenças de expectativas entre os parceiros (da festa de casamento a questões relacionadas a filho e estilo de vida). Por exemplo: a noiva sempre trabalhou e, na sua cabeça, depois de casada viveria dedicada integralmente à família. Mas essa sua ideia jamais foi conversada com o noivo; e ele nunca imaginou que ela poderia vir a mudar o estilo de vida depois do casamento. Resultado: conflito bravo depois da lua de mel.
  2. Relação com as famílias. Como será o relacionamento com a família da parceira (ou parceiro)? A sogra vai ter a chave de casa? Os enteados poderão trazer amigos à vontade ou terão que pedir autorização? Um determinado comportamento do parceiro (ou parceira) está ligado a traços da família dele (ou dela)?
  3. Administração da casa. Algumas questões pertinentes: o casal vai ter empregada? Sobre as despesas, quem vai vai pagar o quê? E como será a divisão das tarefas domésticas? Quanto à alimentação, o casal vai primar pelo cardápio saudável ou pelo prático fast-food?

Os dois encontros restantes são reservados a um acordo que trará as decisões do casal para cada impasse discutido anteriormente. As soluções devem ter sido definidas por ambos ao longo do processo para não serem motivo de discórdia no futuro e, claro, podem ser renegociadas no futuro.

“Não queremos antecipar a crise, e sim prevenir. Vamos levantar questões que hoje são gostosas de serem conversadas, mas podem ser um problema no futuro”, afirma Daniela Miranda.

Os encontros se valem de recursos terapêuticos como um jogo de tabuleiro criado por elas e árvore genealógica das duas famílias. Por meio deles, o casal é levado a conhecer e compreender a bagagem que cada um traz para a vida conjugal, a alinhar os planos para o futuro e a negociar regras da vida prática que, entre o pedido e a festa de casamento, foram deixadas de lado.

“Nosso objetivo é fazer com que aquela relação seja uma relação cooperativa, e não competitiva”, explica Joana Cardoso.

O pacote de encontros custa R$ 1,5 mil, cada um dura 1h30 e todos são conduzidos por duas psicólogas. Informações e agendamento de entrevistas são feitos pelo site. O consultório fica na cidade do Rio de Janeiro, mas em breve haverá atendimentos mensais em São Paulo.

Aos que já casaram há algum tempo, uma boa notícia: as psicólogas planejam expandir o projeto para outros momentos cruciais da vida, como a decisão de ter ou adotar um filho e se aposentar.

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A partir de março, casar fica mais fácil para deficientes http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/10/22/a-partir-de-marco-deficientes-fisicos-e-intelectuais-podem-casar/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/10/22/a-partir-de-marco-deficientes-fisicos-e-intelectuais-podem-casar/#respond Thu, 22 Oct 2015 20:26:11 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=2207 Arthur e Ilka se casaram no final de 2012, através de um contrato particular de união estável (Foto: Fabrio Braga/Folha press)
Arthur e Ilka tentaram um ano na Justiça para ter o direito de casar; tiveram que fazer um contrato de união estável (Foto: Fabrio Braga/Folha Press)

Desde 2009, a Convenção Internacional sobre o Direito das Pessoas com Deficiência, que consta da Constituição, garante que todas as pessoas com ou sem deficiência intelectual e/ou física têm direitos iguais. Apesar disso, casar é uma missão quase impossível para essas pessoas. Isso devido a uma má interpretação da Convenção, afirma o advogado Paulo Lôbo, diretor nacional do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM).

A falta de uma determinação expressa das Corregedorias de Justiça, que são vinculadas aos Tribunais de Justiça de cada Estado, aos oficiais dos cartórios leva-os a se sentirem inibidos e se negarem a realizar os casamentos. Sendo assim, casais com determinadas deficiências são obrigados a entrar com processo judicial para conseguir casar – quase sempre sem sucesso. É o caso de “Arthur Dini Grassi Netto e Ilka Farrath Fornaziero. Os dois, com síndrome de Down, lutaram durante um ano na Justiça para ter acesso a esse direito. No final, tiveram que optar por um contrato particular de união estável.

Agora, a Lei Brasileira de Inclusão vem e elimina qualquer dúvida. Sancionada em julho deste ano, ela entra em vigor em março e fica decretado que a deficiência não afeta a capacidade civil de uma pessoa, seja para votar ou ser votado, tomar decisões sobre sua sexualidade, estudar, trabalhar, exercer seu direito a privacidade e, claro, casar, estabelecer união estável e ter filhos.

Essa nova lei modifica o Código Civil, segundo o qual pessoas com deficiência não são consideradas plenamente capazes e por isso não têm condições de tomar certas decisões. Segundo a Lei Brasileira de Inclusão, “só são absolutamente incapazes os menores de 16 anos. Ninguém mais é considerado incapaz, e a curatela deve existir apenas para fins econômicos, não para fins existenciais”, diz o advogado.

 

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Um hotel para entrar casado e sair divorciado http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/09/18/um-hotel-para-entrar-casado-e-sair-divorciado/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/09/18/um-hotel-para-entrar-casado-e-sair-divorciado/#respond Fri, 18 Sep 2015 22:42:57 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=2049 Bell Kranz está de férias e volta a postar no dia 9/10 

Não é exatamente um animado e divertido Hotel Marigold, da ótima comédia britânica em que a hóspede pode ter Richard Gere no quarto ao lado, mas é muito exótico. Nele, você se hospeda casado e faz check-out divorciado. Que tal?

O processo é pá-pum, acontece em apenas um fim de semana.

A ideia é baratear o trâmite, que muitas vezes se arrasta por anos, guerras e fortunas a fio, e realizá-lo de uma maneira suave e amigável. Tanto que vários futuros divorciados pedem para dormir em um quarto só. “Começam juntos e querem acabar juntos também”, garante Jim Halfens, criador e CEO Internacional do DivorceHotel.

Não se trata exatamente de um lugar, mas um serviço disponível em hoteis tradicionais nos Estados Unidos e Países Baixos.

Foi lançado em Amsterdã, em 2012, e deve aportar no Brasil logo mais. Halfens dá mais detalhes do seu inusitado, mas útil negócio neste guest post para o “Casar, descasar, recasar”.

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A hóspede namoradeira (Celia Imrie) e o hóspede charmant (Richard Gere) do “Exótico Hotel Marigold 2” ( Foto: divulgação)

Por Jim Halfens

“Minha missão pessoal é tornar os divórcios menos complicados e, portanto, mais baratos e menos dolorosos. Acho que a indústria internacional do divórcio se beneficia financeiramente ao fazer de vários processos algo muito complicado. Os princípios e as expectativas dos cônjuges em matéria de relacionamento estão se transformando em todo o mundo, apenas o setor jurídico continua igual. É preciso mudar.

O principal aspecto negativo de uma separação é o fracasso de um casamento, e quanto a isso não é possível fazer nada. Mas o divórcio pode ser encarado como um novo e positivo começo para ambos os cônjuges, sem anos de disputas legais, mas com muito respeito em relação ao futuro do outro e das possíveis crianças envolvidas. Essa é, exatamente, a razão pela qual criei o DivorceHotel.

A ideia surgiu quando eu me envolvi no divórcio terrível de um dos meus melhores amigos. Seu processo começou tranquilo, mas rapidamente saiu dos trilhos. Os dois cônjuges queriam se separar da melhor forma possível para o bem dos filhos, mas o mediador atrasava o processo continuamente. Nesse período, sua esposa iniciou uma nova relação, e as primeiras discussões sobre propriedade e dinheiro começaram. A mediação falhou drasticamente e ambos tiveram que substituir o mediador por advogados. Daquele momento em diante, os problemas só aumentaram. Eles não conseguiam mais se comunicar, e seus advogados declararam guerra.

O doloroso processo levou mais de dois anos e acabou custando uma fortuna, além de meu amigo ter sido proibido de ver os filhos durante todo esse período. Eu me convenci de que queria mudar o sistema de divórcio tradicional através de um modelo inteligente, novo, útil e, principalmente, favorável para todos os envolvidos.

Após várias pesquisas, identificamos que as respostas para a pergunta “o que é mais frustrante em um processo de divórcio?” eram sempre baseadas nas mesmas incertezas: “Você nunca sabe quando começa, quando termina e quanto vai custar”. Quanto mais tempo um processo de divórcio leva, mais elevado o risco de acabar em briga e custar muito. Acontece que os clientes também dependem das agendas cheias e não muito flexíveis dos profissionais que eles contratam, o que muitas vezes atrasa o processo de divórcio por tempo indeterminado e estende o sofrimento.

Daí veio a ideia: contratar todos os profissionais (advogados, mediadores, imobiliárias para eventual necessidade de avaliar bens imóveis) para que os cônjuges precisem deles apenas por um final de semana. Oferecer um lugar com tudo o que é necessário para um processo de separação suave, eficiente, amigável e com preço justo. O que beneficia não só o casal, mas também seus filhos e familiares.

Como o objetivo é apoiar os casais em todos os sentidos – financeira, legal e emocionalmente –, é necessário que fiquem em um local isolado, um ambiente neutro, apenas com os mediadores (familiares e amigos podem criar tensão e dificultar o processo) e com limite de tempo para realizar as negociações. Nada de surpresas, como taxas veladas, mas com clareza desde o início. Com este conceito nasceu o DivorceHotel.

O PASSO A PASSO

Quem decide se o casal está autorizado a realizar o check-in é um de nossos mediadores, e não os cônjuges. Após a admissão, eles recebem uma lição de casa e farão o check-in duas semanas mais tarde. No final de semana, todos os assuntos pendentes são discutidos e os documentos, redigidos. No domingo, o acordo de divórcio é concluído e assinado. Assim, o casal deixa o hotel divorciado, faltando apenas o selo da Justiça.

NÃO É PARA TODO MUNDO

Sabemos que o DivorceHotel pode não ser adequado para todo mundo. Você pode amar ou odiar a proposta, mas o casal vai estar no controle da situação. São raros os casos de processos que já falharam durante o fim de semana.

Toda vez que os acordos são assinados em nossos hotéis, os cônjuges desejam boa sorte um para o outro. Já tivemos um divórcio e um casamento ao mesmo tempo no mesmo hotel. Os quatro se conheceram, e os recém-divorciados deram sugestões e soluções para um casamento saudável para os recém-casados – louco, mas realista!

 

 

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Coração partido no MoMA http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/03/08/coracao-partido-no-moma/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/03/08/coracao-partido-no-moma/#respond Sun, 08 Mar 2015 13:00:19 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=1151 Mergulhar fundo no problema, elaborar, processar e ver o sofrimento de uma ruptura amorosa passar. Algumas obras de arte são explicitamente criadas a partir de sentimentos e pensamentos mais íntimos dos artistas que viveram a perda de um amor.

Um trabalho novíssimo dessa categoria coração partido será exibido a partir deste domingo, dia 8, no MoMA, em Nova York, até 7 de junho. E, segundo o curador, é o principal trabalho da aguardada exposição.

O museu preparou uma retrospectiva dos mais de 20 anos de carreira da multifacetada artista Björk. Uma jornada musical que inclui arte, moda, vídeo e tecnologia para retratar o trabalho da islandesa que por si é quase uma instalação.

Com um guia de áudio na mão, o visitante vai ouvir música e poesia enquanto percorre um tour labiríntico por diferentes andares com fotos, roupas, diários e quase todos os videoclipes da artista. A peça destacada pelo curador, Klaus Biesenbach, é um vídeo feito especialmente para a mostra da música “Black Lake”, a mais linda do último trabalho de Björk, “Vulnicura”.

O CD, lançado em janeiro, disseca o fim do casamento da cantora, em 2013, com o também artista Matthew Barney. É o registro de todo o processo: da crise na relação, passando pela separação à superação.

O vídeo tem dez minutos e é uma experiência dolorosa, quase palpável. Gravado em locações surreais da Islandia, mostra Björk cantando entre grutas, lavas azuis e campos de musgo. Você pode ver uma amostra aqui.

 

OUTRAS OBRAS INSPIRADAS EM AMORES E DESAMORES

Artistas contemporâneos e pop, como a francesa Sofie Calle e a inglesa Adele, e gênios, como a mexicana Frida Khalo e Picasso – este último, representante da categoria “só amores” – estão nessa breve seleção para ouvir, ler e apreciar.

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ADELE

Para compor os seus dois álbuns, “19” e “21”, a jovem cantora britânica foi buscar inspiração no fim de seus relacionamentos amorosos. O sucesso foi tanto que um dos namorados chegou a processá-la, exigindo parte dos royolties, alegando que graças a ele a artista pode experimentar a dor inspiradora (!). Hoje, Adele está casada, tem um filho e se prepara para finalmente lançar um CD mais alegre (o que era planejado para o CD “21”, mas que acabou não dando certo).

 

SOPHIE CALLE

“Cuide de você” (2007)

O trabalho da artista francesa, que foi apresentado no Brasil em 2009, gira em torno do e-mail enviado a ela pelo namorado rompendo a relação. Pensando no que responder a ele, Sophie selecionou 107 mulheres de diferentes profissões, entre anônimas (dona de casa, advogada, engenheira) e famosas, como as atrizes Jeanne Moreau, Maria de Medeiros e Victoria Abril, e pediu que elas lessem e interpretassem a mensagem enviada pelo ex. Os vídeos integraram a instalação, composta ainda de textos e fotos. “Cuide de você” (“Prenez soin de vous”) era a última frase da mensagem do então namorado. Abaixo, a atriz Victoria Abril, uma das musas de Pedro Almodóvar, interpreta a “carta”.

 

 

 

 

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Mãe bínuba, casamento putativo, parto anônimo! Como assim? http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/02/27/mae-binuba-casamento-putativo-parto-anonimo-como-assim/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/02/27/mae-binuba-casamento-putativo-parto-anonimo-como-assim/#respond Fri, 27 Feb 2015 20:58:25 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=1081 Ilustração: Ronaldo Fraga
Ilustração de Ronaldo Fraga para o dicionário jurídico/artístico

Quem vai parar na Justiça para resolver enrosco familiar se depara com um glossário de termos de arrepiar! Afinal, além de leiga, a pessoa não está exatamente no momento mais leve da vida!

Se você, por exemplo, é uma mulher com filhos de casamentos diferentes, não se ofenda, mas pode ser chamada de mãe bínuba – termo jurídico para quem teve filho de mais de um casamento. Mas se é um homem que vive há 30 anos em uma união estável, contente-se em ser um convivente ou companheiro. O chamado cônjuge é aquele casado no papel. Já o viúvo, alegre ou triste, leva o pomposo título de cônjuge supérstite. Sem falar no casamento putativo e outros tantos mais ou menos bizarros.

Capa-Dicionario-de-Direito-de-Familia-_-Rodrigo-Cunha-Pereira-Alta
Capa da obra que levou cinco anos para ser produzida pelo advogado Rodrigo da Cunha Pereira

Não só para simplificar o entendimento desses conceitos, mas também, e mais importante ainda, iluminar advogados e juízes no julgamento dos intrincados casos de amor e desamor que vão parar nos tribunais, acaba de ser lançado um ousado livro jurídico. É o “Dicionário de Direito de Família e Sucessões” (Saraiva, 760 págs.), do advogado Rodrigo da Cunha Pereira, que também é presidente do respeitado IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família).

A obra se vale de Freud, Kant, Derrida, Lacan e ainda Adelia Prado, Virginia Woolf, Shakespeare, Drummond, Luis de Camões, Oscar Wilde, Guimarães Rosa, Ary Barroso, Chico Buarque, Cartola… e mais um tanto de nomes da pesada para ajudar a explicar os duros conceitos jurídicos.

Além do significado jurídico, trechos de música, poesia, literatura, ilustrações e fotos complementam lindamente a tradução dos verbetes. Por exemplo: para família mosaico (casal com filhos de uniões anteriores), Caetano Veloso é evocado com a letra de “Boas Vindas”:

Sua mãe e eu / Seu irmão e eu / E a mãe do seu irmão / Minha mãe e eu / Meus irmãos e eu / E os pais da sua mãe….

Foto de Márcia-Charnizon "traduz" o verbete infância
Foto de Márcia Charnizon “traduz” o verbete infância

Cartola entra com “Tive, sim” para ilustrar o termo família recomposta, o mesmo que recasamento:

Tive sim, / outro grande amor antes do teu / Tive, sim / O que ela sonhava eram os meus sonhos e assim / Íamos vivendo em paz…

Trabalho de Marco Túlio Resende ilustra o conceito de libido
Trabalho de Marco Túlio Resende ilustra o conceito de libido

O discurso da psicanálise perpassa todo o livro. Afinal, como entender aquele casal que passa a vida brigando na Justiça? Ou a mãe que deu ao pai a guarda do filho único, mas nunca deu nem afeto nem um tostão para ajudar na sua sobrevivência? Há muito mais por trás desses conflitos, diz o autor, referindo-se às razões do inconsciente, à subjetividade, que determinam os fatos.

Sensibilizar juízes e advogados para essas sutilezas por trás dos conflitos humaniza as decisões e deve ajudar homens e mulheres enroscados em disputas e pendências amorosas na Justiça.

Foto de Márcia-Chandinetti para casamento
Foto de Márcia Charinizon para casamento

 

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Nos EUA, 43% das crianças vivem em uma família “clássica” http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/02/26/nos-eua-43-das-criancas-vivem-em-uma-familia-classica/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/02/26/nos-eua-43-das-criancas-vivem-em-uma-familia-classica/#respond Thu, 26 Feb 2015 21:14:24 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=1021  

Cena da comédia americana "Os Seus, os Meus e os Nossos", de 2005, dirigida por Raja Gosnell (Foto: divulgação)
Cena da comédia americana “Os Seus, os Meus e os Nossos”, de 2005, dirigida por Raja Gosnell (Foto: divulgação)

O formato clássico de família – um homem e uma mulher casados pela primeira vez e com filho – não é o que impera hoje nos lares norte-americanos. Entre as crianças e os jovens menores de 18 anos no país, menos da metade (46%) vive assim. O número vem despencando desde 1960, quando 73% dos filhos viviam em lares com formato tradicional, segundo análise feita pelo instituto Pew Research Center a partir dos dados mais recentes do American Community Survey (ACS) e Decennial Census.

A estrutura familiar americana tem mudado rapidamente para desenhos mais complexos e variados. O casamento está sendo adiado ou ainda deixado completamente de lado. Em relação a filhos, a parcela de crianças nascidas fora do casamento pulou dos ínfimos 5% em 1960 para os atuais 41%.

Hoje, 15% das crianças estão morando com pais que estão num recasamento. Se elas são filhas desse casal ou de outras uniões, ou seja, enteados de um dos cônjuges, não é possível identificar pelos dados do ACS. Mas outro levantamento, o Current Population Survey de 2013, indica que 6% de todas as crianças moram com uma madrasta (ou padrasto).

Uma das maiores transformações na estrutura familiar é esta: 34% das crianças de hoje estão morando apenas com a mãe ou o pai, sendo que a maioria desses adultos nunca se casaram. Em 1960, essa situação era vivida por apenas 9%; em 1980, por 19%.

Vale destacar que 5% dos menores no país não estão morando nem com o pai nem com a mãe, mas, na maioria dos casos, com um dos avós, fenômeno que vem se tornando mais comum desde a recente recessão econômica.

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Dados do PewResearch Center
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Dados do PewResearch Center
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Björk disseca sua amarga separação no álbum que acaba de lançar http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/01/26/bjork-disseca-sua-amarga-separacao-no-album-que-acaba-de-lancar/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/01/26/bjork-disseca-sua-amarga-separacao-no-album-que-acaba-de-lancar/#respond Mon, 26 Jan 2015 20:40:07 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=536 bjork_vulnicura_facebook reproducao
Capa do álbum “Vulnicura”, que a artista islandesa Björk acaba de lançar na internet (Foto: reprodução)

Um álbum totalmente coração partido, em que a cantora islandesa Björk disseca de forma visceral a separação, em 2013, do artista Matthew Barney, com quem foi casada por mais de uma década e tem uma filha, Isadora, de 12 anos.

Cada faixa é um registro da dolorosa jornada: da crise na relação, passando pela separação até chegar à cura, a libertação.

“Quando eu fiz este álbum, tudo estava em colapso. Eu não tinha nada. Foi a coisa mais dolorosa que eu já senti na minha vida. A única maneira que eu tinha de lidar com isso era escrevendo para cordas; decidi me transformar em um violino nerd, organizar tudo em 15 cordas e dar um passo mais longe do que eu já havia dando antes”, disse ela na ótima entrevista para o site Pitchfork.

O novo trabalho, nono da carreira da artista, chama-se “Vulnicura” e foi lançado às pressas na última terça (dia 20/1), dois meses antes do planejado porque teve faixas vazadas na Internet.

Para quem não conhece, Björk, rainha do indie, artista única, costuma ultrapassar os limites do convencional, com experimentações na voz, no visual… Pode parecer muito loucona para alguns.

A primeira faixa, “Stonemilker”, por exemplo, segundo traz o encarte do CD, foi composta “nove meses antes” da separação. Segue um trechinho da letra:

“O que é que eu tenho
Que me faz sentir sua dor
Como se estivesse ordenhando uma pedra pra fazer você dizer

E quem está de peito aberto
E quem se calou
E se um se sente fechado
Como o outro pode permanecer aberto?”

A música seguinte, “Lionsong”, é descrita como composta “cinco meses antes.” Depois, vem “History of Touches”, de “três meses antes”, que fala da, provável, última vez que o casal fez sexo:

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O artista Matthew Barney (Foto: Ana Ottoni/Folha Imagem)

Eu te acordo

Na noite sentindo
Que esta é a nossa última vez juntos
Portanto detecto todos os momentos
Em que estivemos juntos
Sendo partilhados ao mesmo tempo

Cada toque
Que nos tocamos
Cada foda que tivemos juntos
É um maravilhoso lapso de tempo
Com a gente aqui, neste momento.”

Entre as nove faixas desse documento musical do seu processo de separação, “Black Lake”, “de dois meses depois”, é a mais linda – e longa, 10 minutos! Diz assim:

Nosso amor era meu ventre
Mas nosso laço se rompeu
Meu escudo se foi
Minha proteção foi levada
Eu sou uma ferida
Meu corpo pulsante
Sofre….”

“Minha alma rasgada
Meu espírito está quebrado
E em pano comum ele é tecido.”

Por que essa exposição escancarada? Björk explicou no lançamento do álbum em seu site: “Espero que as músicas possam ser uma ajuda para os outros e prove como esse processo é biológico: a ferida e a cura da ferida. Fisicamente e psicologicamente. Existe um relógio obstinado ligado a ele”.

Para ouvir: por enquanto, “Vulnicura”, da gravadora One Little Indian, só está à venda na iTunes Store, por US$ 9,99 (cerca de R$ 26); o disco físico deve sair em março.

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Edição histórica de “Charlie Hebdo” contempla divorciadas http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/01/16/edicao-historica-de-charlie-hebdo-contempla-divorciadas/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/01/16/edicao-historica-de-charlie-hebdo-contempla-divorciadas/#respond Fri, 16 Jan 2015 20:05:25 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=437 Charge de Cabul na primeira edição pós-massacre (Foto: reprodução)
Charge de Cabu na primeira edição pós-massacre (Foto: reprodução)

A primeira edição do jornal “Charlie Hebdo” lançada depois do massacre abriu espaço no alto da nobre página 3 para uma fileira de mulheres divorciadas a postos para receber a hóstia durante a comunhão.

Sob o título “As divorciadas poderão comungar”, o religioso (é o Papa Francisco, não é, não?) pede: “Meu Deus, perdoe essas comedoras de ….”. Uma homenagem às mulheres divorciadas ao estilo pouco suave do semanário satírico.

A edição, lançada na quarta-feira (14/1), teve tiragem de 3 milhões, contra os regulares 60 mil do jornal, e se esgotou em minutos nas bancas de Paris.

 

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