Casar, descasar, recasarcinema – Casar, descasar, recasar http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br Wed, 20 Apr 2016 18:43:12 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Amor, dependência e Winehouse http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/11/09/amor-dependencia-e-winehouse/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/11/09/amor-dependencia-e-winehouse/#respond Mon, 09 Nov 2015 22:59:24 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=2238 A diva do soul Amy Winehouse, que embarcou nas drogas e no relacionamento com um sujeito tóxico (Foto: reprodução)
A diva do soul Amy Winehouse, que embarcou nas drogas e no relacionamento com um sujeito tóxico (Foto: reprodução)

Depois de assistir ao excelente “Amy”, documentário sobre a carreira e a vida trágica da diva do soul britânica Amy Winehouse, em cartaz em São Paulo, fiquei com a séria convicção de que ela sofria do tal amor patológico.

Camille Claudel, com sua fixação por Rodin, tinha os traços da doença, diz a psiquiatra Monica Zilberman, do Instituto de Psiquiatria (IPQ) do Hospital das Clínicas de São Paulo. O personagem de Jim Carrey em “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”, idem.

Winehouse era louca pelo marido, cujo relacionamento foi intenso, megaconturbado e autodestrutivo. A felicidade dela dependia da dele (“Se o meu marido está feliz, eu também estou”). Queria que as coisas fossem sentidas por ambos da mesma maneira, em uma relação simbiótica e obsessiva, duas características da doença que integra a lista dos transtornos tratados no Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso do Hospital das Clínicas de SP.

Pessoas que sofrem de amor patológico (ou excessivo) ficam tão obcecadas pelo outro que chegam a fazer comentários do tipo “eu sei como um dependente de crack se sente”. A droga, no caso, é o parceiro (ou parceira, tanto faz, assim como a idade e a relação, que pode ser conjugal, de namoro ou entre amantes). No caso de Winehouse, ela tinha drogas a rodo: as ilícitas e um sujeito tóxico como marido.

“Eu perco a minha irmã quando ela está apaixonada”, diz o irmão de uma paciente. Isso porque tudo perde importância para a pessoa – família, trabalho, filhos, inclusive ela própria, que se anula, abandona seus interesses e necessidades. Passa a viver em função do companheiro, sendo excessiva no controle e nos cuidados (marca médico para uma dor de barriga dele, mas não vai ao cardiologista cuidar da sua hipertensão; ele é aventureiro, então ela passa a ser também…).

A incidência da doença nos homens é menor, 30% contra 70% de mulheres, mas quando eles são afetados é cruel, porque passam a questionar a própria virilidade. Carência e ligação do tipo passional são comportamentos associados ao feminino. Daí a conhecida e machista expressão “coisa de menina”, o que desviriliza o sujeito e causa sofrimento.

A fixação incontrolável pelo amado é um padrão que pode se repetir nas relações afora, ao longo da vida, ou aparecer diante de uma ameaça de rompimento. Nessa hora, surgem os sintomas, típicos de abstinência de drogas – taquicardia, dores musculares, insônia, alteração no apetite e/ou tremores. É um horror. A relação se deteriora, mas a pessoa mesmo insatisfeita não larga o osso. O pensamento é mais ou menos como “ruim com ele, pior sem ele”.

Claro que isso leva à separação. “É uma profecia que se cumpre”, como diz a psiquiatra. Um dia, sufocado, o outro vai embora, mesmo, e de preferência sem deixar rastros para não ser encontrado.

A causa da patologia tem relação com uma experiência de abandono durante a infância ou apenas o seu entendimento por parte da criança, e isso não faltou para Amy.

Seu sofrimento foi conduzido por um mix explosivo de ingredientes (cocaína, crack, álcool, bulimia, o cruel mundo da fama e a indústria sanguessuga do show business) que encontrou terreno fértil na vida de uma jovem cuja educação para o afeto na infância foi deficiente. O documentário (veja o trailer abaixo) mostra como a ausência do  pai, que depois se tornou um explorador, foi dolorosa e tanto custou à artista. Para quem não viu no cinema, Amy está disponível no Netflix a partir de 1º de fevereiro.

Tratamento existe. Psicoterapia e medicamentos para eventuais problemas associados, como depressão. “Tem sido usado também a mesma medicação para dependentes de álcool e outras drogas”, diz a psiquiatra.

Maturidade também pode funcionar como remédio. O ídolo de Winehouse, o cantor Tony Bennett, 89 anos, com quem ela gravou sua última canção antes de morrer, sabiamente declarou ao saber da morte precoce da cantora: “Life teach you to live, if you live long enough” (A vida ensina como vivê-la, se você viver o suficiente).

 

Atendimento gratuito em SP para pessoas que sofrem de amor patológico

PRO-AMITI – Ambulatório dos Transtornos do Impulso (HC)

Endereço: Rua dr. Ovídio Pires de Campos, 785. São Paulo (SP)

Telefone: (11) 2661-7805

E-mail: contato@amiti.com.br ou proamiti.secretaria@gmail.com

Site: proamiti.com.br

Atendimento:

Por telefone – de segunda a quarta e sexta, das 9h às 17h.

Consultas, grupos de terapia e atendimento presencial – quinta, das 8h às 16h30.

Proad – Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Unifesp)

Endereço: Rua Prof. Ascendino Reis, 763, Vila Clementino, São Paulo (SP)

Telefone: (11) 5579-1543

Site: psiquiatria.unifesp.br/proad

Atendimento: de segunda a sexta, das 8h às 17h.

]]> 0 O casamento dançou e você não vai sambar? Dê risada com esses filmes http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/02/13/o-casamento-dancou-e-voce-nao-vai-sambar-de-risada-com-esses-filmes/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/02/13/o-casamento-dancou-e-voce-nao-vai-sambar-de-risada-com-esses-filmes/#respond Fri, 13 Feb 2015 18:42:26 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=921 Programinha caseiro para dar boas risadas e levantar o astral para quem anda chororô neste Carnaval. Segue uma seleção ótima de três comédias românticas que envolvem o tema separação.

simplesmente complicado 2 divulgacao
Momento revival do casal depois de uma década de separação no filme “Simplesmente Complicado”

Por Giovanna Maradei

“Simplesmente Complicado” (2009) 

É possível ter um caso com o ex-marido? Jane (Meryl Streep) vai mostrar que sim – mesmo se o casal estiver divorciado há anos. O reencontro dos dois acontece em uma viagem para a formatura de um dos seus três filhos. O ex-marido, Jake, interpretado por Alec Baldwin, traiu a ex-mulher e depois casou com a jovem amante. Ela nunca superou completamente a separação. E ele, agora, está em crise no novo casamento. A sós, os dois vão relembrar o passado e ter aquela recaída básica (quem nunca?). Mas, dessa vez, Jane é a amante, e os filhos não podem saber de nada. Veja o trailer aqui

 

“Separados pelo Casamento” (2006) 

A batalha do casal que se separa mas nenhum dos dois quer sair do apartamento
A batalha do casal que se separa mas nenhum dos dois quer sair do apartamento

Quem vai ficar com o apartamento? O tradicional dilema é o ponto de partida desse filme, estrelado por Jennifer Aniston e Vince Vaughn. Na impossibilidade de chegar a um acordo, o casal resolve dividir o apartamento ao meio. Os quartos para ela, a sala para ele. O circo está montado. Os dois iniciam uma hilária batalha para ver quem dará o braço a torcer primeiro e deixar a casa para o outro. É muito engraçado. Alguma semelhança com as brigas que travadas com a (o) ex? Não é mera coincidência. Veja o trailer aqui

 

“Sob o Sol da Toscana” (2003)

sob o sol da toscana divulgacao 2
Americana se aventura no interior da toscana depois de uma dolorosa separação

Este é o favorito do blog. Mudar de casa, de cidade ou de país é o sonho de muitos separados. Alguns não chegam a tanto, ficam na reforma do apartamento ou, no mínimo, do estilo de vida. Não importa qual o seu caso. É quase impossível não se inspirar ou, ao menos, vibrar muito com a história de Frances Mayes (Diane Lane), protagonista dessa clássica comédia romântica. Após ganhar uma viagem para a belíssima região italiana da Toscana, a protagonista, recém-separada, descobre ali sua grande chance de recomeçar. Abandona a excursão com a qual estava viajando e compra uma casa linda, embora caindo aos pedaços, na pacata cidade de Cortona. Como todos os recém-separados, ela terá que aprender a se virar e é aí que a verdadeira e incrível viagem começa.  Veja trailer aqui

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Dois tipos de guerreira em dois filmes imperdíveis http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/01/30/dois-tipos-de-guerreira-em-dois-filmes-imperdiveis/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/01/30/dois-tipos-de-guerreira-em-dois-filmes-imperdiveis/#respond Fri, 30 Jan 2015 22:08:44 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=725 Difícil passar batido pelo tema mulher/casamento/filhos explorado em dois filmes imperdíveis em cartaz em São Paulo agora. Se não assistiu: corra!

Um deles é a produção “Mil Vezes Boa Noite”. A protagonista, vivida pela francesa Juliette Binoche, é uma das melhores fotógrafas de guerra do mundo. Sua perigosa rotina é feita de viagens rumo a zonas de conflito pesado. Só que ela é mãe – tem duas lindas meninas, além de um maridão.

Como dá para conciliar? Pois é, essa é a questão central. Não dá. É preciso escolher entre a profissão, que ela já sabia ser era a grande paixão da sua vida muito antes de se casar e ser mãe, e a sua desolada família. O marido (Nikolaj Coster-Waldau, de “Game of Thrones”) num dado momento, quando não atura mais a situação de ter de segurar a onda da família sozinho, acaba dando um duro ultimato e as crianças crescem sofrendo com a ausência da mãe e a sensação constante da sua iminente morte durante o expediente de trabalho.

O segundo filme é o que está na boca do povo: “Boyhood – Da Infância à Juventude”. Não é apenas – o que também já bastaria – um filme que acompanha a vida de um menino durante 12 anos. É excelente sob muitos outros aspectos – casamento e maternidade, por exemplo.

A mãe (a americana Patricia Arquette, vencedora do Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante) engravida muito jovem e logo de dois filhos. Separa-se do “irresponsável” e também adorável marido (Ethan Hawke).

Essa mãe, ao contrário da fotógrafa, se desdobra, se “mata” para estudar e dar conta da criação do casal de filhos. Megaresponsável e muito exigente consigo e as crianças, é também uma afetiva e protetora mãe. Já no quesito matrimônio, faz péssimas escolhas.

Em meio à vida atribulada de mãe solteira e professora universitária, ela vai dando conta de casar e descasar dos maridos problemáticos, mantendo os filhos sempre como prioridade na vida.

Duas mulheres guerreiras: uma na profissão (a fotógrafa, duplamente guerreira, aliás) e outra no âmbito da maternidade (a professora universitária). Uma não consegue viver sem se dedicar aos filhos; a outra não consegue viver dedicada aos filhos. Dá para julgar? Vai lá ver e depois me conta. Bom fim de semana!

Leia mais: O casamento dançou e você não vai sambar? Dê risada com esses filmes

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