Casar, descasar, recasardivórcio – Casar, descasar, recasar http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br Wed, 20 Apr 2016 18:43:12 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 10 atitudes para recém-separados que dão samba o ano todo http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2016/02/06/10-atitudes-para-recem-separados-que-dao-samba-o-ano-todo/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2016/02/06/10-atitudes-para-recem-separados-que-dao-samba-o-ano-todo/#respond Sat, 06 Feb 2016 12:58:42 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=2552 Alô, comunidade!

O Bloco dos Gifs desfila aqui dicas campeãs, selecionadas especialmente para a ala dos recém-separados.

São 10 atitudes que foram destaque de textos publicados no blog e que, não tem erro, dão samba o ano todo!

 

1. Curta momentos sozinho com o filho

pai dancarino

Filhos de pais separados gostariam de dizer para a madrasta: “Tem horas que eu quero ficar só com meu pai, e não é porque eu não gosto de você”.

 

2. Se jogue em uma viagem para lugares inexplorados

aventura

“Coisas inesperadamente boas podem acontecer, até no último momento.”

 

 

3. Adote o vibrador

 

sex on the city

Ele não substitui carinho, beijos ou sussurros, mas apimenta o sexo e desperta libidos adormecidas.

4. Seja a melhor versão de você mesmo 

 

 

cinderella

Reconhecer os seus erros (e não apenas os do outro) e mudar algumas atitudes podem fazer de você uma pessoa muito melhor.

 

5. Acredite: pai pode dar conta das crianças sozinho

rabo de cavalo

Trocar fralda, pagear a criança na festinha ou comprar o vestidinho são desafios de pai superáveis!

6. Foque em você, e não nele

rainha blair

Focar em si vai dar a você a chance de se tornar uma pessoa melhor e mais segura.

 

 

7. Foque em você, e não nela

great gasby

Com quem ela está? Que tipo de cara ele é? É difícil não ficar obcecado pelo que ela está fazendo. Uma saída: defina um objetivo pelo qual trabalhar após o divórcio.

 8. Identifique e realize seus desejos sexuais

 

 

50 tons de cinza dois

Encarar a vida sexual pós-separação não é fácil, mas os ganhos – em forma de descobertas e redescobertas – são garantidos e têm tudo a ver com o exercício da autonomia de um modo em geral.

 

9. Separe o apego….

 

my precious

…do amor de verdade

orgulho e preconceito

A monja tibetana Jetsunma Tenzin Palmo explica a diferença entre apego e amor genuíno: “O apego diz: ‘Eu te amo e por isso quero que você me faça feliz’, já o amor genuíno afirma: ‘Eu te amo, por isso quero que você seja feliz. Se isso me inclui, ótimo. Se não, eu só quero que você seja feliz'”.

10. Acabe o casamento, mas sem perder a integridade

 

integridade

Não importa se você é a vítima ou o algoz na história, a melhor saída, na hora de colocar fim à relação, é jamais perder o respeito pelo outro, por você mesmo e pela sua história.

 

 

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O filme “As Sufragistas” e o anúncio do Boticário http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2016/01/13/o-filme-as-sufragistas-e-o-anuncio-do-boticario/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2016/01/13/o-filme-as-sufragistas-e-o-anuncio-do-boticario/#respond Wed, 13 Jan 2016 18:21:55 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=2555 O título acima parece um disparate: o excelente filme sobre o fundamental movimento feminista do começo do século 20 na Inglaterra fazendo par com uma propaganda de cosméticos.

O primeiro é imperdível; o segundo, lamentável (no que tange a conceito, e não a batom, que eu sempre carrego na bolsa), e ambos tratam da relação entre homens e mulheres.

O sufragismo faz parte da chamada primeira onda do feminismo, cujos adeptos (sufragistas) lutavam pelo direito das mulheres de votarem numa época em que ser do sexo feminino era dureza. O tratamento ia além da desigualdade. Era violento, desumano, injusto, do tipo escravagista (elas trabalhavam mais do que eles, ganhavam menos e entregavam o salário no final do mês para o marido); os casamentos eram abusivos; as mães tinham zero de direito sobre os filhos…

Um pulão para este século e chegamos à quarta onda feminista, segundo definem alguns especialistas. Marcadamente jovem e nascido ou vitaminado no ambiente digital, o movimento é multifacetado – defende a não discriminação de homossexuais, transexuais, negros, entre outros. Defesa de direitos humanos parece ser a liga entre as diferentes causas.

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Protesto de mulheres em outubro de 2015 contra o presidente da Câmara Eduardo Cunha e o Projeto de Lei 5069/13, que dificulta o aborto legal (Foto Keiny Andrade/Folhapress)

Daí vem o Boticário e lança, no mês passado, uma campanha de produtos de beleza focada no divórcio. Agradeço aos respectivos criativos por trazerem o assunto à tona de forma, digamos, polêmica – nas redes sociais, o anúncio é elogiado por algumas mulheres e acusado de machista por outras. Prefiro chamá-lo de tolinho e infantil, o que subentende irresponsável. Aliás, o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) abriu processo para analisar a campanha após denúncias de uma mulher e dois homens dos Estados de SP, Rio e Santa Catarina, que acusam a publicidade de reforçar estereótipos machistas.

A lei do divórcio foi uma conquista feminina. Para quem não sabe, nos anos 60 e início dos 70, auge da ditadura militar no Brasil, uma das maiores desgraças era ser mulher desquitada. Profundamente estigmatizada, ela ficava a alguns passos da Geni, personagem do clássico de Chico Buarque, da mesma época.

Outro dia, uma amiga de primário lembrou uma cena bizarra no colégio de freiras onde estudávamos, no final dos anos 60. A diretora entrou na sala para dar um aviso e uma orientação: duas novas alunas estavam chegando na escola e nós não devíamos conversar muito com elas porque eram filhas de pais separados.

Coincidentemente, tinham o mesmo nome e perfis distintos. Uma era ruiva, alta, magra e introspectiva; a outra, de olhos verdes e do tipo exuberante, fazia o gênero rebelde. Ambas passavam uma certa leveza que agradava. Mas deviam ser evitadas porque as mães naturalmente não “prestavam”, já que não mantiveram o casamento, e representavam uma ameaça social.

Esse tipo de machismo sobrevive de maneira não explícita, sutil. Uma mulher divorciada hoje ao ser apresentada, muitas vezes, é vista como disponível, além de causar receio nas outras mulheres de que ela “roube” algum marido.

Preconceitos, estereótipos e atitudes machistas por parte de homens e mulheres permeiam a vida a dois nas diferentes áreas da vida – jurídica, financeira, saúde, social, e por aí vai –­ e também fazem o processo de rompimento pior do que naturalmente é. Por exemplo? A eterna culpa da mulher por não dar conta como gostaria de casa, trabalho, filhos e marido. Até quando ela pode delegar o serviço doméstico, pagando para outras mulheres, a culpa persiste. Por trás disso, existe uma construção machista baseada na máxima de que o âmbito privado é de responsabilidade da mulher, apesar de a casa e os filhos serem do casal.

A mulher ainda se deixa aterrorizar pela cultura da culpa quando abre mão da vida conjugal, pedindo o divórcio. A lógica vigente é mais ou menos essa: “Se você rejeitou o que a sociedade diz que é o melhor (casar), então o problema só pode ser com você”, afirma Viviana Santiago, pedagoga e especialista em gênero da ONG Plan International Brasil, lembrando que livros infantis, novelas e outros produtos culturais ensinam que o destino da mulher é ter um príncipe que virá salvá-la do mal. Como, portanto, não aceitar isso?

Há ainda quem aguenta um casamento ruim por medo de perder o círculo de amizades proporcionado pelo marido, que por sinal não sofre desse medo, da dependência do meio. “O problema é que, para muitas mulheres, a identidade se faz a partir do casamento”, afirma Adélia Moreira Pessoa (SE), advogada e presidente da Comissão de Gênero e Violência Doméstica do IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família).

A advogada alerta para uma realidade triste e cruel: a resistência de muitas mães ao modelo da guarda compartilhada. Uma alegação frequente é a de que o pai não sabe cuidar da criança. Esse é outro pensamento machista construído durante a infância, em casa, quando os pais educam a menina para a ser a cuidadora e o menino, o mantenedor. Incrível essa mentalidade de uma época em que nem existia divórcio se manter hoje, quando os movimentos de casar, descasar e recasar são tão frenéticos, e a guarda compartilhada representa um grande avanço para as famílias ­– filhos e pais.

“Temos que mudar a nossa cabeça. A mulher precisa apoderar-se e ser dona de sua história”, afirma Andréa. Mas, convenhamos, não é pelo make. O recurso da beauté é ótimo, superválido, mas, desculpe o trocadilho, é perfumaria.

Pó compacto no rosto não basta. Iluminador dura pouco. O remédio para ajudar a enfrentar um dos momentos mais difíceis da vida é de outra tessitura; o boticário (antigo nome para farmacêutico) não tem para vender.

Se o objetivo da campanha, como informa a empresa, é melhorar a autoestima da consumidora, melhor seria deslocá-la desse papel deplorável de objeto descartável. Por que elas não responderam à mesma pergunta feita aos maridos para que pudessem falar também sobre eles? E por que não melhorar a autoestima dos ex? Homens também sofrem com divórcio.

 

 

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Casais ganham serviço de prevenção contra crise conjugal http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/12/15/crise-conjugal-ganha-servico-de-prevencao/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/12/15/crise-conjugal-ganha-servico-de-prevencao/#respond Tue, 15 Dec 2015 17:14:29 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=2476 Categoria-Foto_SubCategoria-Making-Of-Renata-Xavier
Além de cruzar os dedos para tudo dar certo no casamento, os noivos dispõem de um curso de prevenção contra crises (Foto: Renata Xavier)

Em dez anos (2004-2014), o número de divórcios no Brasil cresceu 161%, segundo a pesquisa Estatísticas do Registro Civil, que acaba de ser divulgada pelo IBGE. A notícia é boa porque indica, entre outros, que menos gente está mantendo um casamento por obrigação. Por outro, é uma tristeza: estão sobrando corações partidos.

Preocupadas com os candidatos a noivos e recém-casados, um trio de jovens psicólogas cariocas, Joana Cardoso, Daniela Miranda e Helena Cardoso, lançaram um serviço para prevenir crise conjugal. Batizado de Véspera, seu objetivo é antecipar as discussões mais comuns entre jovens casais, ajudando a evitar conflitos futuros.

Com base na experiência com atendimento de família nos seus respectivos consultórios, as psicólogas desenvolveram um serviço composto de cinco encontros. Três deles são pautados pelos temas que elas identificaram como os principais gatilhos para conflitos. Seguem abaixo.

  1. Diferenças de expectativas entre os parceiros (da festa de casamento a questões relacionadas a filho e estilo de vida). Por exemplo: a noiva sempre trabalhou e, na sua cabeça, depois de casada viveria dedicada integralmente à família. Mas essa sua ideia jamais foi conversada com o noivo; e ele nunca imaginou que ela poderia vir a mudar o estilo de vida depois do casamento. Resultado: conflito bravo depois da lua de mel.
  2. Relação com as famílias. Como será o relacionamento com a família da parceira (ou parceiro)? A sogra vai ter a chave de casa? Os enteados poderão trazer amigos à vontade ou terão que pedir autorização? Um determinado comportamento do parceiro (ou parceira) está ligado a traços da família dele (ou dela)?
  3. Administração da casa. Algumas questões pertinentes: o casal vai ter empregada? Sobre as despesas, quem vai vai pagar o quê? E como será a divisão das tarefas domésticas? Quanto à alimentação, o casal vai primar pelo cardápio saudável ou pelo prático fast-food?

Os dois encontros restantes são reservados a um acordo que trará as decisões do casal para cada impasse discutido anteriormente. As soluções devem ter sido definidas por ambos ao longo do processo para não serem motivo de discórdia no futuro e, claro, podem ser renegociadas no futuro.

“Não queremos antecipar a crise, e sim prevenir. Vamos levantar questões que hoje são gostosas de serem conversadas, mas podem ser um problema no futuro”, afirma Daniela Miranda.

Os encontros se valem de recursos terapêuticos como um jogo de tabuleiro criado por elas e árvore genealógica das duas famílias. Por meio deles, o casal é levado a conhecer e compreender a bagagem que cada um traz para a vida conjugal, a alinhar os planos para o futuro e a negociar regras da vida prática que, entre o pedido e a festa de casamento, foram deixadas de lado.

“Nosso objetivo é fazer com que aquela relação seja uma relação cooperativa, e não competitiva”, explica Joana Cardoso.

O pacote de encontros custa R$ 1,5 mil, cada um dura 1h30 e todos são conduzidos por duas psicólogas. Informações e agendamento de entrevistas são feitos pelo site. O consultório fica na cidade do Rio de Janeiro, mas em breve haverá atendimentos mensais em São Paulo.

Aos que já casaram há algum tempo, uma boa notícia: as psicólogas planejam expandir o projeto para outros momentos cruciais da vida, como a decisão de ter ou adotar um filho e se aposentar.

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Dicas na TV Folha para escapar de encrencas financeiras http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/12/11/dicas-na-tv-folha-para-escapar-de-encrencas-financeiras/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/12/11/dicas-na-tv-folha-para-escapar-de-encrencas-financeiras/#respond Fri, 11 Dec 2015 17:28:46 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=2447 Da esq. para a
Danielle Brant, Bell Kranz e Marcia Dessen

“Socorro! A crise está acabando com o meu casamento! Não sabemos mais onde cortar gastos.”

O casal tem carro? Venda a máquina! As pessoas não costumam somar os custos fixos do automóvel, mas eles são muito altos. Aliás, manter um carro é mais caro do que um filho nos primeiros anos de vida. Sabia, não?

O “De caso com as finanças“, seção deste blog que responde a dúvidas financeiras dos leitores, gravou essa semana um programa na TV Folha com dicas preciosas não só para quem está casado, mas descasando ou recasando.

Para as mulheres casadas, o truque é ficar por dentro das finanças da família, já que a maioria delega tudo o que diz respeito a planejamento financeiro ao marido! Seja companheira também nesse momento e, de quebra, fique protegida caso passe a viver solteira no futuro.

Dois erros clássicos, porém pouco conhecidos: o casal não ter uma conta conjunta no banco ou só ter conta conjunta no banco.

Para conhecer as maiores encrencas na vida dos casais e dos ex-casais quando o assunto é dinheiro – e, claro, aprender a se livrar desses perrengues –, assista a conversa entre a consultora financeira Marcia Dessen, a repórter Danielle Brant, do caderno “Mercado”, da Folha, e eu.

 

 

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Judiciário lança curso on-line sobre separação http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/11/04/judiciario-lanca-curso-on-line-sobre-separacao/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/11/04/judiciario-lanca-curso-on-line-sobre-separacao/#respond Wed, 04 Nov 2015 12:57:40 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=2253 chuva de facas_gravura Zé Vicente folha sao paulo_casamento
Oficinas para proteger casais em guerra e seus filhos (Ilustração: Zé Vicente)

Como defende este blog (e que também consiste em uma das suas razões de existir), precisamos ser educados para a separação. Só aprendemos a casar, ninguém nos ensina a romper relacionamentos, em como desconstituir um casamento, que é diferente de destruir.

Agora, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) resolveu dar uma força nesse sentido, até para facilitar os trâmites dos processos de separação, que são um troço violento quando os casais estão em pé de guerra, e lança hoje a Oficina de Pais e Mães on-line para falar sobre separação.

O objetivo é que os casais com filhos em processo de separação mudem o foco da conjugalidade (relação de casal) para a parentalidade (relação de parentes entre si e com os filhos). Ou seja, o que vale nesse novo momento é a relação com o outro enquanto pai (ou mãe) dos filhos, e não como ex.

Eles chegam na Justiça mais concentrados na ‘morte’ do adversário do que nas suas necessidades, diz a juíza Vanessa Aufiero da Rocha, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e responsável pelo novo conteúdo educativo on-line.

Em geral, ninguém enxerga obrigação, só direitos. Também não percebem os rebentos. Na fase cólera, falam o tempo todo mal do outro na frente dos filhos, que são usados como arma de guerra na mão dos progenitores.

O pai chegou cinco minutos atrasado para buscar a criança? Dá-lhe B.O. e toca para a Justiça. Ela demorou para levar a criança até o pai, dá-lhe B.O.!

“O que causa mais trauma aos filhos não é necessariamente a separação, mas o conflito mal-administrado pelos pais, a perda parental e as dificuldades financeiras. Queremos tocar o coração de pais e mães para perceberem que suas condutas geram consequências na vida dos filhos”, diz a juíza.

O que se aprende no curso? Estratégias espertas para melhorar a comunicação, por exemplo. Trocar a exigência pelo pedido é uma prática louvável para quem procura a paz. Ou ainda usar a “linguagem do eu”, diz a juíza. Nesse caso, se o pai é do tipo que nunca traz a criança na hora combinada, o melhor é proferir algo como “eu preciso, Carlos Alberto, que você traga o Júnior no horário acertado”, em vez de disparar “seu irresponsável, sem noção, nunca fez nada direito, mesmo…”.

A carga horária da oficina é de 20 horas, divididas nos seguintes módulos:

  1. Os efeitos da separação para os adultos;
  2. Os efeitos da separação para o seu filho;
  3. Você, seu filho e seu par parental;
  4. Alienação parental;
  5. Escolhas.

Segundo o CNJ, os conteúdos abordam os diferentes tipos de família, os estágios psicológicos pelos quais as pessoas passam num processo de separação, incluindo os filhos, as mudanças no comportamento dos menores, como os pais podem ajudar os filhos na adaptação à nova realidade e como reconhecer uma situação de alienação parental.

A oficina on-line, com conteúdo gratuito e aberto a todos, é uma iniciativa mais avançada do que já existe com sucesso desde 2013: as oficinas presenciais, realizadas em tribunais e em geral recomendadas pelas Varas de Família aos pais e mães que enfrentam ações judiciais por disputa da guarda dos filhos, regulamentação de visitas e afins.

Pesquisas qualitativas mostraram que depois das oficinais a adesão dos casais ao processo de mediação é maior e de melhor qualidade, com as pessoas se mostrando mais colaborativas, mais acordos e mais harmonia nas relações entre os ex-casais e deles com os filhos, conta a juíza Vanessa.

Vamos ver. A estreia é hoje, a partir da cinco da tarde, no site do CNJ.

 

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Novo tipo de guarda: os pais saem de casa, e as crianças ficam http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/10/14/novo-tipo-de-guarda-os-pais-saem-de-casa-e-as-criancas-ficam/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/10/14/novo-tipo-de-guarda-os-pais-saem-de-casa-e-as-criancas-ficam/#respond Wed, 14 Oct 2015 21:21:56 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=2075 E se em vez dos filhos fossem os pais que alternassem as casas? Foto: Jan von Holleben
Aninhamento: os pais separados vão morar, em dias alternados, na casa dos filhos (Foto: Jan von Holleben)

Por Giovanna Maradei

Pais divorciados são quase sempre sinônimo de filhos andarilhos. Com duas casas cheias de amor para dar, as crianças devem se especializar na arte de fazer malas, manter dois armários, aprender novos caminhos para a escola e, claro, planejar feriados. Melhor do que perder a convivência com a mãe ou com o pai, sem dúvida. Mas e se, em vez das crianças, fossem os adultos que colocassem a mochila nas costas e alternassem os endereços de casa?

Este formato existe, é adotado nos Estados Unidos e desconhecido no Brasil. Mas o acordo pode ser feito por todos os pais divorciados que compartilham a guarda dos filhos e que, claro, tenham condição financeira para bancar esse estilo de vida. O modelo demanda três lares: um para a mãe, um para o pai e outro para os filhos, o que significa meia casa a mais para cada adulto sustentar em um momento em que a renda está sendo dividida. Por outro lado, a opção permite que os filhos permaneçam na casa onde já moram, sem alterar sua rotina ou, como acontece às vezes, ficar longe dos amigos do bairro. Sobra para os pais a responsabilidade de administrar a casa e se organizar para morar com os filhos em períodos alternados.

Para a advogada especializada em direito de família e vice-presidente do IBDFAM, Berenice Dias, esse tipo de acordo deveria ser apresentado pelos juízes e advogados a todos os pais que possuem a guarda compartilhada como uma opção de convivência. “Não dá para a Justiça impor isso, até porque é uma opção um pouco elitista e que exige que o casal esteja de comum acordo, mas é uma situação que eu acho ideal. Uma solução encontrada por alguns pais e que funciona. A modalidade precisa ao menos ser revelada para dar as pessoas a chance de escolher”, afirma a advogada.

Quanto maior o leque de opções para que as famílias com pais separados convivam de forma saudável, melhor. Mas será que continuar dividindo a casa com o ex funciona, mesmo? Casar, descasar, recasar  lista aqui os principais prós e contras deste acordo.

PONTOS POSITIVOS

A casa cai, mas o entorno fica em pé

Ver os pais se divorciando é bastante difícil para os filhos. Mantê-los no ambiente conhecido (a mesma escola, perto da casa dos amigos, o mesmo curso de inglês, próximo da casa de um tio ou da avó, por exemplo) é uma forma de ajudá-los a lidar com a situação. Sem o ônus de ter seu dia a dia prejudicado pelo divórcio, pode ser mais fácil encarar a separação de forma positiva.

Ter atitude na própria casa é mais fácil

É comum que filhos de pais separados sintam vergonha e dificuldade de dizer para um pai que querem ir para a casa do outro. Já em um ambiente conhecido elas ficam mais à vontade para dizer o que sentem e expor suas opiniões.

Filhos protegidos

Atitudes que podem caracterizar alienação parental, como não levar os filhos para casa do ex (ou da ex) ou não repassar os medicamentos que a criança está tomando naquela semana, são inibidas quando os filhos tem apenas uma casa para chamar de sua. Afinal, nesse caso, os pais é que vão até eles e tudo o que eles precisam, do uniforme aos remédios, está sempre no mesmo lugar. 

Visita X convivência

Guarda compartilhada não é garantia de convivência entre filhos e pais separados. Muitas vezes, o que acontece é uma visita – dos filhos à casa do pai (ou da mãe) ou o contrário. No caso do aninhamento, ambos os pais convivem com os filhos, já que cada um dos adultos de fato mora durante um período com os seus filhos. Assim, a tradicional visita, quase sempre concentrada nos fins de semana, é substituída pela convivência.

Um é pouco, dois é bom, mas três pode ser demais

Quando o casal tem mais de um filho, coordenar as idas e vindas das crianças é mais complexo, assim como produzir um lar que abrigue todos confortavelmente. Neste sentido, a opção do aninhamento facilita demais a logística e a vida de todos. A americana Deanna Bowerman, de 15 anos, confirma. A jovem tem outros três irmãos e comemora a escolha dos pais pelo aninhamento: “Seria uma trabalheira deslocar todos nós, e assim os dois continuam por perto”, disse ela à reportagem do “The New York Times”.

PONTOS NEGATIVOS

Mais gastos

Em geral, o divórcio força uma diminuição no padrão de vida do casal. A renda é dividida, e tanto o pai quanto a mãe passam a ter que se virar com menos. Manter uma casa a mais pode ser simplesmente inviável. Uma opção é ficar na casa de familiares ou dividir um imóvel com amigos para os dias em que não está na casa dos filhos.

Discussões domésticas

Discutir os problemas dos filhos é altamente recomendável aos pais separados. Mas compartilhar a casa, ainda que em dias diferentes, não costuma estar nos planos de quem opta pelo divórcio. A casa é dos rebentos, mas os pais vão administrar e definir as regras, o que significa continuar conversando com o ex sobre compra de supermercado, conta de água, luz, telefone… Uma rotina que, definitivamente, não é para qualquer ex-casal.

Haja rebolado

Já pensou quando entram as madrastas, os padrastos, enteados, meio-irmãos e todos os novos integrantes da família que se multiplica? Nesses casos, os pais que optam pelo aninhamento têm que caprichar no rebolado para administrar a convivência.

A opinião alheia

O aninhamento é uma forma nova de convivência familiar, especialmente no Brasil. Por isso, o casal que fizer essa opção deve se preparar para enfrentar a reação alheia. Algumas pessoas vão apoiar a decisão e elogiar a iniciativa. Outras, muito provavelmente a maioria, vão torcer o nariz e dizer que essa é a receita para o desastre.

Momento mala

Ter quer que fazer mala toda hora para levar roupa de uma casa para a outra é cansativo, e os erros no quesito guarda-roupa sempre ocorrem. Um dia é o pai que esquece de levar o terno apropriado para o jantar da empresa, no outro é a mãe que esquece o casaco favorito no varal dos filhos. Para esses casos, o desabafo de Pennie Heath, postado no seu site, Divorce Mom, é alentador: “Fico cansada de viver com a mochila nas costas, mas então eu me dou conta que cada dia que eu arrumo a mala é um dia a menos que meus filhos têm que fazer o mesmo e fico orgulhosa por saber que eles são poupados dessa experiência”.

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Um hotel para entrar casado e sair divorciado http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/09/18/um-hotel-para-entrar-casado-e-sair-divorciado/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/09/18/um-hotel-para-entrar-casado-e-sair-divorciado/#respond Fri, 18 Sep 2015 22:42:57 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=2049 Bell Kranz está de férias e volta a postar no dia 9/10 

Não é exatamente um animado e divertido Hotel Marigold, da ótima comédia britânica em que a hóspede pode ter Richard Gere no quarto ao lado, mas é muito exótico. Nele, você se hospeda casado e faz check-out divorciado. Que tal?

O processo é pá-pum, acontece em apenas um fim de semana.

A ideia é baratear o trâmite, que muitas vezes se arrasta por anos, guerras e fortunas a fio, e realizá-lo de uma maneira suave e amigável. Tanto que vários futuros divorciados pedem para dormir em um quarto só. “Começam juntos e querem acabar juntos também”, garante Jim Halfens, criador e CEO Internacional do DivorceHotel.

Não se trata exatamente de um lugar, mas um serviço disponível em hoteis tradicionais nos Estados Unidos e Países Baixos.

Foi lançado em Amsterdã, em 2012, e deve aportar no Brasil logo mais. Halfens dá mais detalhes do seu inusitado, mas útil negócio neste guest post para o “Casar, descasar, recasar”.

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A hóspede namoradeira (Celia Imrie) e o hóspede charmant (Richard Gere) do “Exótico Hotel Marigold 2” ( Foto: divulgação)

Por Jim Halfens

“Minha missão pessoal é tornar os divórcios menos complicados e, portanto, mais baratos e menos dolorosos. Acho que a indústria internacional do divórcio se beneficia financeiramente ao fazer de vários processos algo muito complicado. Os princípios e as expectativas dos cônjuges em matéria de relacionamento estão se transformando em todo o mundo, apenas o setor jurídico continua igual. É preciso mudar.

O principal aspecto negativo de uma separação é o fracasso de um casamento, e quanto a isso não é possível fazer nada. Mas o divórcio pode ser encarado como um novo e positivo começo para ambos os cônjuges, sem anos de disputas legais, mas com muito respeito em relação ao futuro do outro e das possíveis crianças envolvidas. Essa é, exatamente, a razão pela qual criei o DivorceHotel.

A ideia surgiu quando eu me envolvi no divórcio terrível de um dos meus melhores amigos. Seu processo começou tranquilo, mas rapidamente saiu dos trilhos. Os dois cônjuges queriam se separar da melhor forma possível para o bem dos filhos, mas o mediador atrasava o processo continuamente. Nesse período, sua esposa iniciou uma nova relação, e as primeiras discussões sobre propriedade e dinheiro começaram. A mediação falhou drasticamente e ambos tiveram que substituir o mediador por advogados. Daquele momento em diante, os problemas só aumentaram. Eles não conseguiam mais se comunicar, e seus advogados declararam guerra.

O doloroso processo levou mais de dois anos e acabou custando uma fortuna, além de meu amigo ter sido proibido de ver os filhos durante todo esse período. Eu me convenci de que queria mudar o sistema de divórcio tradicional através de um modelo inteligente, novo, útil e, principalmente, favorável para todos os envolvidos.

Após várias pesquisas, identificamos que as respostas para a pergunta “o que é mais frustrante em um processo de divórcio?” eram sempre baseadas nas mesmas incertezas: “Você nunca sabe quando começa, quando termina e quanto vai custar”. Quanto mais tempo um processo de divórcio leva, mais elevado o risco de acabar em briga e custar muito. Acontece que os clientes também dependem das agendas cheias e não muito flexíveis dos profissionais que eles contratam, o que muitas vezes atrasa o processo de divórcio por tempo indeterminado e estende o sofrimento.

Daí veio a ideia: contratar todos os profissionais (advogados, mediadores, imobiliárias para eventual necessidade de avaliar bens imóveis) para que os cônjuges precisem deles apenas por um final de semana. Oferecer um lugar com tudo o que é necessário para um processo de separação suave, eficiente, amigável e com preço justo. O que beneficia não só o casal, mas também seus filhos e familiares.

Como o objetivo é apoiar os casais em todos os sentidos – financeira, legal e emocionalmente –, é necessário que fiquem em um local isolado, um ambiente neutro, apenas com os mediadores (familiares e amigos podem criar tensão e dificultar o processo) e com limite de tempo para realizar as negociações. Nada de surpresas, como taxas veladas, mas com clareza desde o início. Com este conceito nasceu o DivorceHotel.

O PASSO A PASSO

Quem decide se o casal está autorizado a realizar o check-in é um de nossos mediadores, e não os cônjuges. Após a admissão, eles recebem uma lição de casa e farão o check-in duas semanas mais tarde. No final de semana, todos os assuntos pendentes são discutidos e os documentos, redigidos. No domingo, o acordo de divórcio é concluído e assinado. Assim, o casal deixa o hotel divorciado, faltando apenas o selo da Justiça.

NÃO É PARA TODO MUNDO

Sabemos que o DivorceHotel pode não ser adequado para todo mundo. Você pode amar ou odiar a proposta, mas o casal vai estar no controle da situação. São raros os casos de processos que já falharam durante o fim de semana.

Toda vez que os acordos são assinados em nossos hotéis, os cônjuges desejam boa sorte um para o outro. Já tivemos um divórcio e um casamento ao mesmo tempo no mesmo hotel. Os quatro se conheceram, e os recém-divorciados deram sugestões e soluções para um casamento saudável para os recém-casados – louco, mas realista!

 

 

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Nome de casado: ter ou não ter? http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/09/11/nome-de-casado-ter-ou-nao-ter/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/09/11/nome-de-casado-ter-ou-nao-ter/#respond Fri, 11 Sep 2015 20:02:30 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=2020 A bela Bianca Jagger no casamento com Mick Jagger, que não passou de quatro anos, mas o sobrenome tem sido para toda a vida
A nicaraguense Bianca Jagger no casamento com o stone Mick Jagger; a união não passou de quatro anos, mas o sobrenome tem sido para toda a vida (Foto Associated Press)

Por Giovanna Maradei

Hillary Clinton, uma das principais pré-candidatas a presidência dos Estados Unidos, fez questão de permanecer Hillary Rodham depois de casada. Calcula-se que a atitude “subversiva” custou à Bill 6% dos votos na campanha de reeleição ao governo de Arkansas, em 1980. O adversário, Frank White, aproveitava todas as ocasiões para se referir à sua esposa como “Mrs. Frank White” e, assim, reforçar a ideia de que abrir mão do nome Clinton era um sinal de falta de comprometimento de Hillary com o marido. A estratégia parece ter funcionado. O casal White venceu a eleição. Pouco depois, Hillary voltou atrás e incorporou o Clinton.

Mudar ou não de nome com o casamento é uma questão para muitos casais, sejam figuras públicas ou anônimos. Todo blog de noiva tem ao menos um post ponderando esse assunto, já que a decisão pode impactar até as famílias do casal.

O MEU, O SEU E OS NOSSOS NOMES

Até 1977, toda brasileira que casasse era obrigada a adotar o nome do marido. Depois, a mudança passou a ser uma opção. Em 2002, o Código Civil previu a possibilidade de o marido também mexer no sobrenome, incluindo o da mulher. Mas, na prática, de lá para cá quase nada mudou.

Em 2014, cerca de 88% dos casais paulistas fizeram alguma alteração no sobrenome quando se casaram. Em 65% dos casos, a mulher adotou o nome do marido; em 21%, os dois cônjuges mudaram seus sobrenomes, e só em 1% o homem levou o sobrenome da mulher, que manteve o dela.

TRABALHÃO

Mudar o nome dela, dele ou dos dois sempre dá trabalho. É preciso providenciar a alteração de todos os documentos que levam a versão antiga: RG, CPF, título de eleitor, CNH, carteira profissional, cartões de crédito e até registros de imóveis ou uma simples conta de casa para ser usada como comprovante de residência. Caso falte algum, é possível usar a certidão de casamento na maioria dos processos, diz o advogado Zeno Veloso, diretor nacional do IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família), mas a solução não é lá muito prática.

Além de adicionar o sobrenome do parceiro, há noivos e noivas que optam por suprimir alguns de seus sobrenomes de solteiro. Neste caso, as regras variam conforme a lei de cada Estado. Em São Paulo, por exemplo, não é permitido retirar todos os sobrenomes de solteiro, mas alguns sim. O ideal é que os noivos se informem no cartório onde vão oficializar a união para evitar surpresas no grande dia.

NO CASO DE DIVÓRCIO

O contrato de divórcio deve trazer um acordo sobre como ficará o nome de cada um dos cônjuges. A mudança não é obrigatória, ao contrário, como explica o diretor nacional no IBDFAM: “A moderna doutrina entende que o nome se insere na personalidade da pessoa”. Ou seja, o nome de casada passa a ser o da daquela pessoa. Se houver interesse, deverá permanecer mesmo após o fim do casamento.

Mas quem quer ficar com o nome do ex? Retirar o sobrenome que carregava quando casado pode ser libertador para alguns e também trazer prejuízos para outros. Um caso célebre é o da modelo Luiza Brunet, que construiu sua marca usando o sobrenome do primeiro marido. Por isso, ganhou na Justiça o direito de continuar com ele mesmo após a separação. O sobrenome tornou-se de tal maneira parte de sua identidade que foi repassado para a filha, Yasmin, fruto de sua segunda união.

E você manteria o nome do ex (ou da ex)? Veja abaixo personalidades que disseram sim.

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Acorrentar o ex é perder a própria liberdade http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/09/06/acorrentar-o-ex-e-perder-a-propria-liberdade/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/09/06/acorrentar-o-ex-e-perder-a-propria-liberdade/#respond Sun, 06 Sep 2015 15:13:37 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=1947 Screenshot 2015-09-05 23.47.03
Ronit Elkabetz, atriz e codiretora do filme no papel de Viviane Amsalem (Foto: divulgação)

“O Julgamento de Viviane Amsalem”, recém-estreado em São Paulo, é um baita filme, de tirar o fôlego. Uma experiência sinistra para quem mal leu a sinopse antes de ir ao cinema ou desconhece a cultura do divórcio em Israel. Embasbacado na poltrona, o expectador se pergunta se não seria um filme de época. “E que época? Ou uma ficção surrealista, de tão bizarra a situação desse julgamento”. Antes fosse!

Trata-se de um filme-denúncia, com uma pegada caricatural, do que acontece hoje em Israel. No país, não existe casamento nem divórcio civil, só religioso. “Ou eles recorrem à ortodoxia ou não tem saída”, diz o rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista, ala religiosa mais liberal.

Saída até existe: o aeroporto. Muitos seguem rumo à paradísiaca e vizinha ilha de Chipre, já que o Estado de Israel reconhece cerimônias celebradas em países com quem tem relações diplomáticas.

Há outro detalhe bizarro: como manda a milenar lei religiosa judaica, só o marido pode por fim ao casamento. Se ela quer e ele não, um tribunal rabínico tentará persuadi-lo a liberar a mulher para que siga uma nova vida – o que pode dar certo ou não.

O filme mostra o calvário de Viviane Amsalem, em interpretação incrível de Ronit Elkabetz, para conseguir que o marido, Elisha Amsalem (Simon Abkarian), lhe conceda o divórcio. Ela passa três anos indo e vindo de audiências torturantes, comandadas por um trio de rabinos ultraortodoxos. É humilhada em sessões surreais, onde impera a mentalidade machista de uma estrutura patriarcal medieval.

O marido, Elisha, declara sempre que terminantemente não, ele não dá o divórcio à mulher, com quem tem 4 filhos, foi casado por 30 anos e há 3 já não vive junto.

As mulheres separadas que não conseguem do marido o guet, documento de divórcio, são chamadas de agunot (acorrentadas). Ficam presas ao matrimônio, impedidas de casar ou ter outra relação, o que configuraria adultério. Essas mulheres, portanto, perdem o direito de decidir a própria vida.

Estado de Israel e judaísmo à parte, quantos homens e mulheres de qualquer país e religião não insistem no apego a uma vida conjugal que já acabou? Assim eles também perdem a possibilidade de tomar as rédeas de uma nova vida.

Refiro-me aos que se divorciam contra a vontade, porque o parceiro quis, mas na prática não se separam. Acorrentam os respectivos ex, arrumando encrenca, brigando, atormentando, às vezes passando a vida em guerra com quem já não mais lhe diz respeito enquanto companheiro de vida.

É o pior caminho, o chamado tiro no pé. Quando você prende o outro, você também fica preso a ele. Intervir na liberdade alheia significa perder a própria liberdade.

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Príncipes brasileiros e TFP assinam abaixo-assinado ao papa http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/08/31/principes-brasileiros-e-tfp-assinam-abaixo-assinado-ao-papa/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/08/31/principes-brasileiros-e-tfp-assinam-abaixo-assinado-ao-papa/#respond Mon, 31 Aug 2015 18:40:47 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=1926 Mais de meio milhão de pessoas, segundo os organizadores da empreitada, já assinaram um manifesto pedindo ao papa Francisco que não permita a comunhão aos divorciados em segunda casamento civil e condene as uniões homossexuais – “contrárias à lei divina e à lei natural”.

Na carta ao “Beatíssimo Padre”, o grupo afirma que “desde a chamada Revolução de 68, sofremos uma imposição gradual e sistemática de costumes morais contrários à lei natural e divina, tão implacável que torna hoje possível, por exemplo, ensinar em muitos lugares a aberrante `teoria do gênero’, a partir da mais tenra infância”.

Foto de tela do site com abaixo assinado contra a comunhão dos divorciados em segundo casamento
Foto de tela do site com abaixo assinado contra a comunhão dos divorciados em segundo casamento

Em outubro, bispos do mundo inteiro vão discutir no Vaticano, durante o segundo Sínodo dos Bispos (espécie de Parlamento da Igreja Católica), o tratamento da Igreja Católica aos divorciados e o casamento gay, o que pode render mudanças nas regras da Igreja.

Leia também: Hóstia para os divorciados!

A campanha contra está publicada na página Filial Súplica a Sua Santidade o Papa Francisco sobre o Futuro da Família e traz a lista das chamadas personalidades que assinaram a petição.

Entre os brasileiros, estão vários arcebispos (da Paraíba, do Ordinariado Militar, de Juiz de Fora…); o co-fundador da TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade), Adolpho Lindenberg; e dois príncipes – Dom Antônio de Orleans e Bragança e Dom Luiz de Orleans e Bragança.

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Foto de tela do abaixo assinado a favor da comunhão para divorciados que voltaram a se casar

De outro lado, o papa Francisco receberá um abaixo-assinado em apoio a possível decisão do Sínodo de permitir o acesso à comunhão aos divorciados em segunda casamento. A campanha acaba de ser lançada por um grupo de teólogos espanhóis de prestígio reconhecido. Chamada “Carta ao Bispo de Roma”, foi lançada em espanhol na plataforma Change.org e será acompanhada de outras em inglês, francês, alemão e italiano.

Na carta, os teólogos afirmam que “a prudência pastoral não só permite como hoje exige uma mudança de postura” e apresentam razões bíblicas e antropológicas para justificar o manifesto.

Uma delas refere-se à célebre frase “o que Deus uniu o homem não separa”, alegando que não se conhecia no tempo de Jesus a situação de um casamento (talvez por culpa de ambos ou de uma incompatibilidade de gênios desconhecida anteriormente) que fracassa no seu projeto de união. O texto argumenta que na Palestina do século 1, as palavras de Jesus referiam-se diretamente ao marido que trai e abandona a mulher por outra mulher ou por motivo desse tipo. Ou seja, trata-se primeiramente de uma defesa da mulher.

E você: é a favor ou contra que os católicos divorciados e recasados participem da comunhão? Mande o seu voto para cá!

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