Casar, descasar, recasarpais separados – Casar, descasar, recasar http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br Wed, 20 Apr 2016 18:43:12 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Relação pai e filho: o que muda após separação http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/08/08/relacao-pai-e-filho-o-que-muda-apos-separacao/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/08/08/relacao-pai-e-filho-o-que-muda-apos-separacao/#respond Sat, 08 Aug 2015 14:03:02 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=1801

Betina Camilotti, 21 anos

Pam Puertas, 22 anos

Por Giovanna Maradei

Seja preocupação com o bem-estar do pai morando sozinho, como conta Pam Puertas no vídeo acima, ou perda da intimidade, no caso de Betina Camilotti, uma coisa é certa: o relacionamento entre pai e filhos que já não são crianças costuma mudar após a separação. Tanto para o bem como para o mal. No último caso, um dos principais problemas é a inversão ou confusão nos papeis dos integrantes da família – pai, mãe e filho. Um exemplo comum: o filho virar cuidador de um dos pais.

Pamela Aloise, 25 anos

Diante dos pais fragilizados, muitas vezes o filho se sente responsável, na obrigação de proteger e dar apoio e, no final, acaba assumindo deveres e responsabilidades que eram do adulto. Daí vem a ideia muito comum de que “filhos de pais separados são mais maduros – mas a que custo?”, comenta Leila Maria Torraca de Brito, professora do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Essa inversão de papeis não é saudável, mas um fardo pesado. Quando o jovem sai do seu papel de filho, fica sobrecarregado e sozinho, diz a psicanalista de casais, adolescentes e adultos Célia Brandão.

O mesmo acontece no famoso modelo “brodagem” de relacionamento. O adulto faz do jovem seu confidente e melhor amigo, vai junto para a balada e, na verdade, acaba deixando esse filho sem pai. Nesse sentido, lembra a psicanalista Stela Grunberg, “quando é preciso colocar algum limite ao filho, o adulto acaba não conseguindo se impor”.

Entre as diferentes queixas, a mais cruel, porém, é o filho que vira menino de recado dos pais. Ele é colocado na função de como para-raios dessa separação, ficando com a responsabilidade de cobrar e mandar recados para o pai, diz Stela. Isso causa ansiedade e angústia. Até porque as mensagens não costumam ser amigáveis, consistem em cobranças, reclamações, acusações, entre outras. Assim, os filhos são incluídos na discussão que antes eram apenas dos pais. Sobre isso, diz Leila, “existe um mito de que após a separação as brigas acabam, mas elas permanecem. Mudam as questões, mas elas continuam existindo”.

Mudanças para melhor

 

Milene Fernandes, 21 anos

Ana Lis Soares, 26 anos

Mas se os conflitos entre pais terminam dentro de casa e também quando eles separam, os filhos podem ser presenteados com uma nova e mais leve relação, além de alívio. Stela conta ser comum que, ao anunciarem a separação, os pais esperem dar uma notícia nova, mas os filhos reagem, dizendo que sabiam o que estava acontecendo, mostrando que estavam angustiados e ansiosos com aquela situação. 

Ganhar independência e tornar-se mais responsável são outros ganhos positivos possíveis. Isso graças à necessidade de o filho aprender a lidar com a nova dinâmica da família – cuidar das suas coisas, se adaptar às regras da casa do pai e coordenar seus horários, por exemplo.

De todo modo, o fundamental é que os pais mantenham-se em seus respectivos papeis. A forma de exercê-los muda com a separação, mas os papeis continuam existindo. Pai não pode deixar de ser pai nunca, assim como mãe deve ser sempre mãe e filho continuar como tal.

 

 

 

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O que filho de pais separados pode ensinar sobre relacionamento? http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/01/28/o-que-filho-de-pais-separados-pode-ensinar-sobre-relacionamento/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/01/28/o-que-filho-de-pais-separados-pode-ensinar-sobre-relacionamento/#respond Wed, 28 Jan 2015 21:06:20 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=294 Por Giovanna Maradei

Separar-se não é fácil, mas ser filho de pais separados não fica muito atrás. OK, você ganha presentes em dobro, mas também passa por cada dor de cabeça! Torna-se o ponto de encontro de um casal que, para dizer o mínimo, não está muito a fim de se ver – isso quando ainda se falam. E mais: tem de dividir roupa, tempo, atenção, as contas, entre outros problemas que jovens criados em famílias do tipo comercial de margarina nem imaginam.

A posição é difícil e trabalhosa, mas pode gerar um conhecimento precioso.

Quase sempre, apesar dos pesares, eles se tornam pós-graduados em mediação de conflitos. Também descobrem cedo o que querem e o que não querem de um parceiro; aprendem na marra que o amor, por mais forte que seja, pode acabar; que o padrão tradicional de família é apenas um entre outros e, com os pés bem fixos no chão, dão aula de como lidar com relacionamentos amorosos. Sem crise!

Confira o que esses filhos de pais separados podem ensinar sobre amor, convivência, casamento e separação!

Daniela Leonetti“Se terminasse meu namoro, não veria isso como o fim do mundo. Acredito que sempre terá alguém melhor para você depois.”

Daniela Leonetti, 24 anos, estudante

 


Juliana Benetti“Sou meio o clichê de filhos de pais separados, do tipo que tem medo de relacionamentos. Mas se tem uma coisa que aprendi é que ser independente é fundamental para mulher. Minha vida seria muito diferente se minha mãe não fosse financeiramente independente.”

Juliana Benetti, 22 anos, estudante

 

Gezio Santos“Depois de viver a separação dos meus pais, aprendi que os filhos devem estar acima de tudo. Tanto que após o meu divórcio a guarda do meu filho ficou comigo.”

Gezio Santos, 36 anos, técnico em T.I

 

Cristiane Senna“Nós, filhos de pais separados, temos visão menos lúdica dos relacionamentos. Somos mais calejado pela vida, sabe? Não que isso seja um problema, mas a gente pensa diferente. Eu, por exemplo, não acho que relacionamento ou casamento é eterno.” 

Cristiane Senna, 30 anos, jornalista

 

Fernanda StenzelComo desde pequena vivi com meus pais brigando, sei o que não quero em um relacionamento. Não me acomodaria em uma relação que não tivesse mais sentido. Também tenho mais noção de que relacionamentos não são necessariamente um mar de rosas.”

Fernanda Stenzel, 21 anos, jornalista

 

 Marta Capuano“A separação dos meus pais mudou tudo. Passei anos com muito medo de me envolver e isso só mudou com a maturidade e muita terapia. Não acredito que exista uma regra, depende muito da forma como se deu a separação.”

Marta Capuano, 50 anos, administradora

 

Elisa Espósito“Ter os pais separados torna os contos de fada apenas contos de fadas. Desde cedo você entende que um relacionamento é cheio de altos e baixos, tem brigas e pode terminar sem um final feliz, mas isso não é o fim do mundo.”

Elisa Espósito, 23 anos, webdesigner

 

marina costa vasconcelos“É muito mais difícil para mim entrar num relacionamento depois do que vi no relacionamento dos meus pais. Mas, conforme fui crescendo, tentei abstrair e pensar que comigo pode ser diferente, porque se eu ficar pensando muito nisso, não consigo viver direito.”

Marina Costa Vasconcellos, 18 anos, estudante

 

Giovanni Naufal“Tive duas mães bem presentes na minha vida. Consigo ver que, se um relacionamento não está funcionando, provavelmente, a separação é melhor tanto para o casal quanto para os filhos.”

Giovanni Naufal, 26 anos, publicitário

 

Victoria Matsumoto“Aprendi que a frase ‘não estamos brigando, estamos apenas discutindo’ é sinal de que as coisas estão bem ruins. Até hoje, quando vejo algumas falhas no meu relacionamento que me remetem ao casamento dos meus pais me dá um certo desespero, mas acho que acabamos aprendendo com os erros deles”

Victoria Matsumoto, 20 anos, estudante

 

Luis FurquimDescobri que é importante independência financeira. Sabe, é como ‘amigos, amigos, negócios a parte’, tem que ser ‘amor, amor e rendas separadas’”

Luís Furquim, 26 anos, engenheiro

 

Victoria Gruber“Quando seus pais são separados, você acaba aprendendo por conta própria que sua relação não vai ser igual a deles. Que isso varia de pessoa para pessoa. Hoje namoro e não fico pensando em como seria se a gente se separasse. Por enquanto, está da hora, então é o que é.”

Victoria Gruber, 17 anos, estudante

 

Vinicius GuilhermeVejo a separação como boa parte das pessoas vê, como algo que pode ocorrer a qualquer momento, mas tento ser maleável no relacionamento para evitar que qualquer briga acabe com o namoro. Também não tenho aquela visão de ‘família padrão’. Sempre me imaginei pai solteiro que ia ‘dar um jeito’ de adotar uma criança.”

Vinicius Guilherme, 21 anos, estudante

 

Filhos Daniel“Eu nunca passei por separações traumáticas. Mas não tenho medo nenhum disso. O fato de os meus terem se separado não causou nenhum trauma em mim”

Daniel Manreza, 27 anos, arquiteto

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O casamento acabou! Dizer o que para os pimpolhos? http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/01/16/o-casamento-acabou-dizer-o-que-para-os-pimpolhos/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/01/16/o-casamento-acabou-dizer-o-que-para-os-pimpolhos/#respond Fri, 16 Jan 2015 14:59:04 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=338 (Foto: Schutterstock)
As três piores táticas: não dizer nada, dizer tudo ou mentir para os filhos sobre a separação (Foto: Schutterstock)

Antes de encarar a sogrona, o cunhado, os irmãos e os amigos, o casal olha em volta e percebe o imbróglio maior que têm pela frente: enfrentar as crianças. O que dizer? Como contar?

“O papai viajou a trabalho” não cola – pasme, mas ainda há mães que apelam para esse expediente altamente desaconselhável. Contar tim-tim por tim-tim a história de ascensão e queda do romance entre papai e mamãe também é um desastre. Silenciar, como alguns tentam fazer, idem.

Ou seja: não dizer nada, dizer tudo ou mentir é o pior que os pais podem fazer. E o tom deste texto está assim, digamos, relax, para quebrar um pouco a dureza desse momento, feito muitas vezes de ressentimentos, mágoas e profunda tristeza por um projeto de vida que deixa de existir. Não é bolinho, mas cabe ao adulto, ainda que sofrendo, segurar a onda dos filhos.

A forma de comunicar a separação pode ajudar ou complicar a passagem dos filhos por esse processo igualmente sofrido para eles. Não existe uma receita com o modo ideal de dar a notícia, os pais devem conhecer seus rebentos para saber exatamente o que dizer. Mas há parâmetros importantes que devem ser considerados nessa hora. Eles variam conforme a faixa etária dos filhos, como explica aqui a psicóloga e colunista da Folha Rosely Sayão, uma das mais respeitadas especialistas em educação, criança e família.

FILHOS MENORES DE 6 ANOS

Nessa idade, as crianças têm um universo e uma lógica de pensamento muito diferentes da nossa. Não diga para elas: “Eu e o seu pai brigamos”. Briga é entendido pelos pequenos como troca de tapas, soco, violência, mesmo. “Uma boa ideia é comunicar que o pai terá uma casa e a mãe, outra”, aconselha Rosely.

Com relação ao tempo, os pequenos organizam o dia usando referências como a hora da refeição ou de ir para a cama, por exemplo. Isso significa que dizer “todo fim de semana o seu pai vai te ver” não funciona. Diga, por exemplo: “O seu pai sempre vai ver você”. E se ela perguntar: “Todo dia?”. Você pode responder: “Depende do trabalho dele…”. Mas não transforme esse encontro em um acontecimento fora do normal. Não é tão dramático. Normalmente, pais e mães casados veem muito pouco as crianças dessa idade. Pela manhã e, às vezes, um pouquinho à noite se chegam cedo do trabalho.

E mais: as crianças também costumam perguntar pouco sobre o assunto, pois conhecem a estrutura de famílias cujos pais não vivem juntos. Elas têm os exemplos na escola, filhos de pais que se separam e que continuam firmes e fortes.

FILHOS ACIMA DE 7 ANOS

Nessa faixa, os pais já podem falar mais sobre o assunto, mas obviamente sem dar detalhes de brigas, traições… Isso leva a criança a ficar fantasiando sobre a história e é também como geralmente se desenvolve a terrível alienação parental (quando o pai coloca a criança contra a mãe ou o contrário).

Nunca diga que o casamento não deu certo. Afinal, enquanto durou deu certo. O melhor é “o casamento acabou, vou me separar”, diz Rosely.

PARA TODAS AS IDADES

Uma orientação vale para pais de crianças de qualquer idade: deixar muito claro que o problema do casal nada tem a ver com os filhos. “A criança sempre vai achar que a culpa é dela, esta é uma fantasia recorrente”, afirma Rosely. O pai e a mãe devem esclarecer, portanto, que a causa da separação é uma questão do casal, dos dois enquanto marido e mulher. Aliás, é até melhor referir-se ao cônjuge como “meu marido” ou “minha mulher”, em vez de “seu pai” ou “sua mãe”. Resolvi separar do meu marido, por exemplo.   

ADOLESCENTES

Com os mais velhos, os pais podem explorar mais o assunto, falando sobre a dificuldade da convivência, por exemplo, mas ainda sem expor detalhes que dizem respeito à intimidade do casal. Deu vontade de se abrir, reclamar do cônjuge? É normal, mas vá extravasar com os seus amigos, amigas, parentes… Menos com o filho. Mantenha-se firme. O ex (ou a ex) sempre serão o pai (ou a mãe) do jovem.

As crianças vão sofrer com a separação dos pais? Óbvio que sim. Mas elas têm que aprender a enfrentar as frustrações e perdas próprias da vida e, para isso, dependem da ajuda dos pais.

 

 

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