Casar, descasar, recasartraição – Casar, descasar, recasar http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br Wed, 20 Apr 2016 18:43:12 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 FAQ do poliamor http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/11/27/faq-do-poliamor/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/11/27/faq-do-poliamor/#respond Fri, 27 Nov 2015 19:55:25 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=2423 Rafael Machado com Sharlenn Carvalho e Angélica Amorim com quem manteve um relacionamento poliamoroso.
O trio de poliamoristas: Rafael Machado entre Angélica Amorim (esq.), com quem ficou por 4 meses, e Sharlenn Carvalho (dir.), com quem teve um relacionamento por 4 anos (Foto: arquivo pessoal)

Por Giovanna Maradei

Rolos, namoros e casamentos quase sempre acabam porque um dos parceiros se apaixona por outra pessoa. Também não são raros aqueles que dizem, ao menos no começo, que se pudessem ficariam com ambos. O que impede? O entendimento de que a prática é antiética, “coisa de puta” ou de “homem canalha”. Mas manter uma relação afetiva com duas ou mais pessoas é também coisa de poliamorista, grupo que, segundo membros do movimento, vem crescendo no Brasil, contando com adeptos dos 20 aos 60 anos de idade.

“Há cinco anos, quando começamos a organizar os encontros, reuníamos cinco pessoas, agora tivemos um evento com quase 200”, afirma o sociólogo Rafael Guimarães Machado, coordenador do grupo “Pratique Poliamor RJ”. No Facebook, o maior grupo de poliamor, “Poliamor”, reúne cerca de 9 mil participantes.

Para eles, um amor não diminui e não necessariamente anula outros. “Você não tem um ‘saco de gostar’ para distribuir uma quantidade certa para cada pessoa, se você gosta muito de um, não tem que gostar menos de outro”, afirma Machado. Além disso, se os envolvidos estão cientes e de acordo com esse formato, a traição deixa de existir.

Parece a receita perfeita para um desastre, mas tem sido a opção de muita gente que, por sinal, anda satisfeita com o resultado. Você não entende como é possível? Casar, descasar, recasar também não. Por isso, resolveu esclarecer com funciona o poliamor e montou um FAQ (perguntas mais frequentes) com uma dúzia de questões básicas. Para respondê-las, foram ouvidos os poliamoristas Rafael Machado e Cláudia Naomi Abe e exploradas páginas nas redes sociais e o site “More Than Two”, criado por Franklin Veaux, que, junto com sua companheira Eve Rickert, escreveu o livro “More Than Two – A practical guide to ethical polyamory” (Mais de dois – Um guia prático do poliamor ético). O resultado você confere aqui.

1. O que é o poliamor?

Poliamor é um termo criado em 1991 para nomear um tipo de relação amorosa no qual as pessoas envolvidas estão abertas a ter mais de um parceiro afetivo ao mesmo tempo. As regras são mutantes, variam conforme o combinado feito pelos envolvidos, mas existe uma lei imutável para todos: homens e mulheres têm direitos iguais e devem estar 100% cientes de que fazem parte de um relacionamento poliamoroso. Caso contrário, é apenas a velha e péssima traição.

2. Mas esse esquema não é o mesmo do chamado relacionamento aberto?

Não. Aliás, um relacionamento poliamoroso pode ser fechado. Não é muito comum no Brasil, mas se você se relaciona com outras duas pessoas e vocês não querem mais gente envolvida na história, este relacionamento é poliamoroso, mas não é aberto.

Além disso, os casais que têm um relacionamento aberto, geralmente, só concordam que o parceiro se relacione com outra pessoa quando é “apenas por sexo”. O envolvimento emocional está proibido. No poliamor, essa barreira não existe. Uma pessoa pode até estabelecer relacionamentos exclusivamente sexuais com outras se quiser.

3. Mas então é um namoro a três?

Existem vários formatos de poliamor. Casal, trio ou grupo totalmente aberto ou com restrições (envolvimento com pessoas de fora do grupo desde que sejam de outro círculo social ou devidamente aprovadas pelo grupo). Trio ou grupo fechado, no qual as pessoas só podem se relacionar entre si. E até o chamado mono/poli, no qual um dos parceiros é poliamorista, mas o outro, por escolha, permanece monogâmico.

4. É o modelo perfeito para quem tem medo de se comprometer!

Não exatamente. Existem pessoas que descobrem o poliamor porque tiveram uma grande decepção amorosa e não querem mais o comprometimento enquanto fidelidade monogâmica. No poliamor, uma pessoa não se compromete a ter um relacionamento exclusivo com outra, mas deve cumprir uma série de acordos e com mais de um parceiro! Conclusão: para dar certo, não dá para ter fobia de compromisso.

5. Quer dizer que o esquema não é liberou geral?

Você é livre para ter mais de um parceiro, mas, como em todo relacionamento, existem regras e necessidade de defini-las abertamente. Não existe nada preestabelecido, os envolvidos combinam tudo a cada relação: como proceder quando quiser sair com outra pessoa; se um ou mais do grupo tem prioridade… Ficar com outra pessoa não é considerado traição, mas contrariar o acordo muitas vezes é.

6. Mas sempre tem um parceiro que é mais importante, não?

Em alguns casos existe, de fato, um ou dois parceiros que ganham prioridade. São pessoas com quem você está há mais tempo, faz mais planos para o futuro… Mas de forma alguma isso é uma regra, e com o tempo as preferências podem mudar.

7. Para entrar no poliamor é preciso ser bissexual?

Não. Dentro do grupo você vai encontrar modelos variados de orientação sexual. Segundo estudo de acadêmicos e representantes do movimento no Brasil, a maioria dos homens poliamoristas se identifica como heterossexual; depois, vêm os bissexuais e, por fim, homossexuais. Já entre as mulheres, a maioria se diz bissexual; em segundo lugar, estão as heterossexuais e, em terceiro, as homossexuais. Ou seja, cada um se relaciona da forma que acha melhor.

8. E como é que fica o ciúme?

Ele existe, mas o esforço para superá-lo é grande. Uma boa DR (discutir a relação) é sempre incentivada para que os parceiros acertem os ponteiros. Além disso, a prática ajuda. Com o tempo, ao perceber que seus amados vão se encontrar com outros, mas sempre voltam e que, mesmo saindo com outras pessoas, você continua tendo vontade de ficar com todas, o ciúme vai perdendo o sentido e, consequentemente, diminuindo. Recomendação número 2: conversar com outros poliamoristas sobre o assunto. Os experimentados ajudam os novatos a perceberem que, ao contrário do que os amigos monogâmicos costumam dizer, não sentir ciúmes em determinados casos pode ser absolutamente normal.

9. E na hora de construir uma família, ter filhos, abre-se mão do poliamor, certo?

Errado. Existem vários casos de pais poliamoristas. A responsabilidade de cada adulto em relação à criança varia conforme o formato da relação – se todos moram juntos, se os parceiros da mãe e/ou do pai frequentam a casa ou não, se os pais são divorciados e só um deles é poliamorista…. O que parece não mudar é a facilidade dos pequenos em compreender a situação e o papel de cada uma daquelas pessoas na sua vida.

10. Mas eles podem se casar? Dá para oficializar uma relação poliamorista?

O comum é que as pessoas não oficializem, mas não é uma regra. No Brasil, existem dois trios que tiveram sua união oficializada. O primeiro, composto de um homem e duas mulheres, obteve o registro em 2012 na cidade de Tupã (SP). O segundo celebrou a união em outubro deste ano no Rio de Janeiro e é composto por três mulheres. Nestes casos, geralmente, todos os direitos concedidos aos casais que estabelecem uma união estável devem ser concedidos aos três envolvidos.

11. No caso de separação o sofrimento é menor, não?

Sim e não. Se você está em um relacionamento poliamoroso com outras duas pessoas e uma decide terminar, você sofre como em qualquer outra separação, mas de fato tem a sorte de ter outra pessoa amada. Por outro lado, quando mais de uma pessoa termina o relacionamento com você, o sofrimento é dobrado ou até triplicado. Ninguém sofre pelo conjunto, mas por cada uma das separações, pela falta que cada um vai fazer em sua vida.

12. Achei interessante. Onde eu encontro essas pessoas?

A internet é a melhor forma de fazer um primeiro contato. Existem diversos grupos espalhados pela redes sociais que se comunicam on-line e também promovem encontros, debates, rodas de conversa.

Mas é preciso estar atento para garantir que você está em um grupo em que as pessoas são realmente poliamoristas, e não estão apenas querendo trair seus parceiros ou promover um encontro sexual com vários. Entre os mais sérios e conhecidos estão o nacional, Poliamor Brasil, e também o regional, Pratique Poliamor RJ.

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O que o mundo pensa da infidelidade e do divórcio http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/02/02/o-que-o-mundo-pensa-da-infidelidade-e-do-divorcio/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/02/02/o-que-o-mundo-pensa-da-infidelidade-e-do-divorcio/#respond Mon, 02 Feb 2015 13:11:29 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=715 Markus Reugels
De Ghana, passando pela Rússia e El Salvador até o Reino Unido, o que 40 países pensam de polêmicas questões de ordem moral (Foto: Markus Reugels)

Bastou o marido ir embora de casa para a simpática senhorinha do apartamento do andar de cima se transformar numa velhinha casca grossa que só reclama da moradora agora divorciada. A referida vizinha integra os 24% de brasileiros que ainda consideram o divórcio uma atitude inaceitável. Esse número também parece inaceitável, mas foi revelado pelo respeitado instituto de pesquisa norte-americano Pew Reserch Center, que entrevistou 40.117 pessoas de 40 países sobre oito temas de ordem moral amplamente discutidos:

* traição

* divórcio

* aborto

* sexo antes do casamento

* uso de contraceptivos

* homossexualidade

* jogos de aposta

* consumo de álcool.

Sobre cada tema, as pessoas tinham a opção de dizer se consideravam moralmente aceitável, moralmente inaceitável ou não se tratar de uma questão de ordem moral.

Confira como é a aceitação do divórcio e do adultério em 40 países do mundo.

Onde se torce o nariz para o divórcio

Em diversos países do mundo, o divórcio é muito malvisto. Gana lidera a lista dos intransigentes: 80% rejeita a separação. Incrível? Nem tanto. O índice está dentro dos padrões do continente africano, onde quatro dos seis países pesquisados têm mais da metade da população contra romper um casamento. A surpresa veio da terra de Cleópatra: apenas 7% dos egípcios são contra o divórcio e 30% deles acham que o assunto nem chega a ser de ordem moral.

Já o espanhol é o povo campeão da tolerância, seguido de perto pelo francês (míseros 4% e 5%, respectivamente, rejeitam o divórcio).

Confira o gráfico:

Divorcio_subir_port
U% representa a porcentagem de pessoas que consideram o divórcio moralmente inaceitável; A%, que consideram moralmente aceitável; e N%,  que consideram não se tratar de questão moral. Fonte: Pew Research Center

Traição sem perdão

Dizem que todo mundo já traiu ou vai trair um dia. Pode até ser, mas a maioria não se orgulha da atitude. Entre as questões morais avaliadas, a infidelidade foi a mais rejeitada pelos entrevistados: 78% das pessoas de 40 países disseram que trair o parceiro ou a parceira é moralmente inaceitável. No Brasil, esse número sobe para 84%.

A França é uma notável exceção: o único país onde menos da metade da população (47%) considera que ter um caso extraconjugal é uma atitude moralmente suspeita. Quatro em cada dez franceses nem consideram infidelidade uma questão moral.

Leia mais: Franceses se divorciam menos e também se casam menos

Confira os números em cada país:

Traicao_subir_port
U% representa a porcentagem de pessoas que consideram o caso extraconjugal moralmente inaceitável, A%, que consideram moralmente aceitável; e N%, que consideram não se tratar de questão moral. Fonte: Pew Research Center
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O casamento acabou! Dizer o que para os pimpolhos? http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/01/16/o-casamento-acabou-dizer-o-que-para-os-pimpolhos/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/01/16/o-casamento-acabou-dizer-o-que-para-os-pimpolhos/#respond Fri, 16 Jan 2015 14:59:04 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=338 (Foto: Schutterstock)
As três piores táticas: não dizer nada, dizer tudo ou mentir para os filhos sobre a separação (Foto: Schutterstock)

Antes de encarar a sogrona, o cunhado, os irmãos e os amigos, o casal olha em volta e percebe o imbróglio maior que têm pela frente: enfrentar as crianças. O que dizer? Como contar?

“O papai viajou a trabalho” não cola – pasme, mas ainda há mães que apelam para esse expediente altamente desaconselhável. Contar tim-tim por tim-tim a história de ascensão e queda do romance entre papai e mamãe também é um desastre. Silenciar, como alguns tentam fazer, idem.

Ou seja: não dizer nada, dizer tudo ou mentir é o pior que os pais podem fazer. E o tom deste texto está assim, digamos, relax, para quebrar um pouco a dureza desse momento, feito muitas vezes de ressentimentos, mágoas e profunda tristeza por um projeto de vida que deixa de existir. Não é bolinho, mas cabe ao adulto, ainda que sofrendo, segurar a onda dos filhos.

A forma de comunicar a separação pode ajudar ou complicar a passagem dos filhos por esse processo igualmente sofrido para eles. Não existe uma receita com o modo ideal de dar a notícia, os pais devem conhecer seus rebentos para saber exatamente o que dizer. Mas há parâmetros importantes que devem ser considerados nessa hora. Eles variam conforme a faixa etária dos filhos, como explica aqui a psicóloga e colunista da Folha Rosely Sayão, uma das mais respeitadas especialistas em educação, criança e família.

FILHOS MENORES DE 6 ANOS

Nessa idade, as crianças têm um universo e uma lógica de pensamento muito diferentes da nossa. Não diga para elas: “Eu e o seu pai brigamos”. Briga é entendido pelos pequenos como troca de tapas, soco, violência, mesmo. “Uma boa ideia é comunicar que o pai terá uma casa e a mãe, outra”, aconselha Rosely.

Com relação ao tempo, os pequenos organizam o dia usando referências como a hora da refeição ou de ir para a cama, por exemplo. Isso significa que dizer “todo fim de semana o seu pai vai te ver” não funciona. Diga, por exemplo: “O seu pai sempre vai ver você”. E se ela perguntar: “Todo dia?”. Você pode responder: “Depende do trabalho dele…”. Mas não transforme esse encontro em um acontecimento fora do normal. Não é tão dramático. Normalmente, pais e mães casados veem muito pouco as crianças dessa idade. Pela manhã e, às vezes, um pouquinho à noite se chegam cedo do trabalho.

E mais: as crianças também costumam perguntar pouco sobre o assunto, pois conhecem a estrutura de famílias cujos pais não vivem juntos. Elas têm os exemplos na escola, filhos de pais que se separam e que continuam firmes e fortes.

FILHOS ACIMA DE 7 ANOS

Nessa faixa, os pais já podem falar mais sobre o assunto, mas obviamente sem dar detalhes de brigas, traições… Isso leva a criança a ficar fantasiando sobre a história e é também como geralmente se desenvolve a terrível alienação parental (quando o pai coloca a criança contra a mãe ou o contrário).

Nunca diga que o casamento não deu certo. Afinal, enquanto durou deu certo. O melhor é “o casamento acabou, vou me separar”, diz Rosely.

PARA TODAS AS IDADES

Uma orientação vale para pais de crianças de qualquer idade: deixar muito claro que o problema do casal nada tem a ver com os filhos. “A criança sempre vai achar que a culpa é dela, esta é uma fantasia recorrente”, afirma Rosely. O pai e a mãe devem esclarecer, portanto, que a causa da separação é uma questão do casal, dos dois enquanto marido e mulher. Aliás, é até melhor referir-se ao cônjuge como “meu marido” ou “minha mulher”, em vez de “seu pai” ou “sua mãe”. Resolvi separar do meu marido, por exemplo.   

ADOLESCENTES

Com os mais velhos, os pais podem explorar mais o assunto, falando sobre a dificuldade da convivência, por exemplo, mas ainda sem expor detalhes que dizem respeito à intimidade do casal. Deu vontade de se abrir, reclamar do cônjuge? É normal, mas vá extravasar com os seus amigos, amigas, parentes… Menos com o filho. Mantenha-se firme. O ex (ou a ex) sempre serão o pai (ou a mãe) do jovem.

As crianças vão sofrer com a separação dos pais? Óbvio que sim. Mas elas têm que aprender a enfrentar as frustrações e perdas próprias da vida e, para isso, dependem da ajuda dos pais.

 

 

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As mulheres estão traindo mais os maridos – e quanto isso custa? http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/01/06/as-mulheres-estao-traindo-mais-os-maridos-e-quanto-isso-custa/ http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/2015/01/06/as-mulheres-estao-traindo-mais-os-maridos-e-quanto-isso-custa/#respond Tue, 06 Jan 2015 21:40:32 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15005285.jpeg http://casardescasarrecasar.blogfolha.uol.com.br/?p=120 “Traição feminina é uma das principais causas de divórcio hoje”, me disse o presidente da Comissão de Direito de Família da OAB-SP, Nelson Sussuma Shikicima. “Em um mês, eu atendi três homens traídos.”

Os maridos, digamos, corneados têm idades entre 20 e 50 anos. Já a turma acima de 50 vivencia mais raramente as histórias de infidelidade no casamento.

“É uma revanche da mulher”, diz a advogada especializada em direito de família Shirlei Saracene. Brincadeira dela, claro. O comentário cômico se referia à histórica – e nesse caso bem séria – posição de inferioridade da mulher em relação ao homem que trai, inclusive na visão da lei. As traídas já foram punidas com morte, mutilação e outras maldades na antiguidade, assim como ainda são até hoje em certos países muçulmanos.

No Brasil, faz pouco tempo que a infidelidade (seja dele ou dela) deixou ser crime. A mudança se deu em 2005! Até então, pelo Código Penal (artigo 240) a traição no casamento representava um dano social, que agride a sociedade, portanto um ato criminoso! Apesar de não ser mais assim, o adultério como causa do divórcio pode resultar numa encrenca legal. O Código Civil (que trata das relações privadas) traz como um dos deveres dos cônjuges manter a fidelidade. Se descumprir esse dever, pode haver consequências. A saber:

1. a mulher perde o direito à pensão alimentícia (fica apenas com o mínimo para subsistência caso não tenha condições de trabalhar ou não haja um parente ou alguém próximo que possa sustentá-la). E a regra, claro, vale também para o homem infiel com direito à pensão alimentícia.

2. a mulher perde o direito de usar o sobrenome do ex-marido. Quem faz questão do “santo” nome? Bom, quem vive certas situações excepcionais, como a mulher cuja carreira foi construída com o nome do cônjuge e a perda acarretaria enorme prejuízo. Nesse caso, o juiz pode avaliar a questão.

INDENIZAÇÃO PARA O MARIDO

Ele pode pedir uma reparação civil, uma indenização pela ofensa causada por ela com a traição, alegando, por exemplo, que a traição foi fonte de muita humilhação, constrangimento, angústia e exposição pública ofensiva, entre outros.

Mas atenção: os juízes têm pouca disposição para apurar infidelidade como causa de divórcio. Para aplicar a indenização, é preciso apurar o dano e o ato ilícito, entre vários elementos. O processo é considerado uma espécie de retrocesso, uma volta aos tempos em que se investigava para provar “a culpa” de um dos cônjuges. Os juízes só penalizam se for uma causa muita drástica, diz Shirlei Saracene.

Aliás, a advogada recomenda: se a pessoa está sendo infiel e decidiu romper o casamento, que ela formalize a separação antes que essa causa apareça e o sofrimento seja maior.

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