
Bastou o marido ir embora de casa para a simpática senhorinha do apartamento do andar de cima se transformar numa velhinha casca grossa que só reclama da moradora agora divorciada. A referida vizinha integra os 24% de brasileiros que ainda consideram o divórcio uma atitude inaceitável. Esse número também parece inaceitável, mas foi revelado pelo respeitado instituto de pesquisa norte-americano Pew Reserch Center, que entrevistou 40.117 pessoas de 40 países sobre oito temas de ordem moral amplamente discutidos:
* traição
* divórcio
* aborto
* sexo antes do casamento
* uso de contraceptivos
* homossexualidade
* jogos de aposta
* consumo de álcool.
Sobre cada tema, as pessoas tinham a opção de dizer se consideravam moralmente aceitável, moralmente inaceitável ou não se tratar de uma questão de ordem moral.
Confira como é a aceitação do divórcio e do adultério em 40 países do mundo.
Onde se torce o nariz para o divórcio
Em diversos países do mundo, o divórcio é muito malvisto. Gana lidera a lista dos intransigentes: 80% rejeita a separação. Incrível? Nem tanto. O índice está dentro dos padrões do continente africano, onde quatro dos seis países pesquisados têm mais da metade da população contra romper um casamento. A surpresa veio da terra de Cleópatra: apenas 7% dos egípcios são contra o divórcio e 30% deles acham que o assunto nem chega a ser de ordem moral.
Já o espanhol é o povo campeão da tolerância, seguido de perto pelo francês (míseros 4% e 5%, respectivamente, rejeitam o divórcio).
Confira o gráfico:

Traição sem perdão
Dizem que todo mundo já traiu ou vai trair um dia. Pode até ser, mas a maioria não se orgulha da atitude. Entre as questões morais avaliadas, a infidelidade foi a mais rejeitada pelos entrevistados: 78% das pessoas de 40 países disseram que trair o parceiro ou a parceira é moralmente inaceitável. No Brasil, esse número sobe para 84%.
A França é uma notável exceção: o único país onde menos da metade da população (47%) considera que ter um caso extraconjugal é uma atitude moralmente suspeita. Quatro em cada dez franceses nem consideram infidelidade uma questão moral.
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Confira os números em cada país:
